O cinema muitas vezes
possui como chamada atores que interpretam soldados de forças especiais e
comandos. Embora isto seja mais comum no cinema norte-americano com a chamada
para soldados de forças especiais e comandos do Tio Sam, soldados de elite da
França, Inglaterra, Alemanha e outros lugares também tiveram aventuras contadas
na grande tela com o povo aplaudindo os seus representantes neste campo.
No Brasil isto ainda é
raridade. Provavelmente isto se deva a raiva do governo contra os militares por
um turbulento passado que envolveu o regime militar em época de guerra fria e
terroristas que hoje viraram nossos governantes. Os intelectuais brasileiros
também possuem um certa raiva dos militares e moldam seus seguidores para
odiarem militares. E isto se perpetua com o passar dos anos. Ao mesmo tempo, os
militares brasileiros mais se preocupam com aposentadoria e outras coisas que em
serem operacionais embora possuamos excelentes unidades e soldados.
Mas alguém vai falar:
O BOPE foi tema de cinema no Brasil. Embora não seja uma unidade militar
e sim policial mas que atua de modo mais duro no Rio de Janeiro visto o
contexto de guerra urbana e terrorismo no local, o BOPE também foi alvo de amor
por alguns e desprezo por outros. E isto mostra um pouco do povo brasileiro que
talvez tenha na sua cultura o culto ao banditismo embora alguns policiais ou
militares também possam agir com tal. Nosso culto aos militares muito difere
dos EUA, Inglaterra, França ou Alemanha. Ainda enxergamos militares como
concurseiros ( e uns se comportam como tal) ou ainda vivemos no trauma do
passado de 40 anos passados que nossos intelectuais como Chico Buarque e
Caetano amam nos fazer lembrar.
Mas quer seja no
cinema brasileiro ou no cinema norte-americano, a imagem de um soldado de elite
lembra um personagem como o Rambo. Musculatura definida, uma certa altura e o
visual de atleta de fisiculturismo ficaram na mente do povo leigo que assim
imagina um soldado de forças especiais ou comando.
Embora isso possa
acontecer em alguns casos dependendo da especialidade do militar, da sua
unidade e também da cultura do lugar aonde ele opere, a grande verdade é que o
soldado de forças especiais possui um porte médio e a sua musculatura esteja
longe de lembrar um comando como interpretado por Arnold ou aquele do filme
Rambo.
Motivos? Alguns deles:
-Para os músculos se desenvolverem como os de um fisiculturista o treinamento deve ser baseado em levantamento de peso. Em geral atividades de forças especiais tem pouco a ver com levantamento de peso. Na maioria das vezes a capacidade de realizar longas marchas carregando fardos pesados de 30 quilos ou mais é o que importa para completar a missão. Nos fardos o militar carrega munição, armamentos, suprimentos e uma coisa ou outra para o conforto além de algum equipamento especifico para a missão. Muitas vezes deve fazer isso dentro de um tempo determinado. A capacidade física para fazer isso em missões reais é mais importante que mostrar músculos do tipo "bombado". Isto pode variar de unidade para unidade mas este é a regra geral.
-Soldados de forças especiais dormem pouco. Muitas vezes a noite é a melhor amiga do combatente. Porém, a falta de sono constante pode causar catabolismo. Ou seja, o soldado perde músculos devido a falta de descanso apropriado em virtude da missão. Fisiculturistas por outro lado dormem muito para geral anabolismo e desenvolverem os seus músculos.
-Nutrição.
Fisiculturistas aliam o sono, o treinamento de cargas e suplementos para
obterem corpos grandes. Os soldados de forças especiais e comandos muitas vezes
priorizam carregar armas e equipamentos que cumpram com o objetivo do seu
trabalho ao invés de carregar comida. Geralmente o estoque de alimentos no
fardo militar é limitado. A dieta tem como regras ser a mais nutritiva dentro
do que é permitido mas nunca vai ser prioridade como é para um fisiculturista.
O soldado de forças especiais e comandos deve se adaptar ao ambiente sem se apegar a detalhes menores como conforto que possam atrapalhar o seu trabalho. Nestes casos a dieta nem sempre é a ideal. Por outro lado quando retorna ao quartel tem (ou deveria ter) uma melhor dieta para recuperar o corpo do desgaste durante a fase operacional.
Durante o treinamento todos estes fatores são explorados para fazer o candidato desistir mas também para mostrar como é a realidade durante operações. Durante missões reais muitas vezes pode-se ter um certo conforto durante curto períodos de tempo.