terça-feira, 5 de abril de 2022

Operações clandestinas, operações psicológicas, narrativas e propaganda na Guerra da Ucrânia: O que o Brasil tem a aprender com isso



A guerra entre Ucrânia e Rússia continua depois de algumas semanas de conflito. E como o sábio que busca evoluir, devemos aprender com o que acontece com o mundo ao nosso redor.

Sem tomar um lado como em uma partida de futebol devemos salientar que muitos devem acordar e entender que cada povo e nação lutam  por seus interesses.  Do ponto de vista geopolítico, muita inocência de uma pessoa sonhadora e “hippie” acreditarem no contrario e que somos “todos iguais e irmãos”.

Ao tomarmos um lado ou não, irão existir consequências.  Desde a guerra do Vietnã, segunda guerra mundial e tantas outras isto vêm acontecendo. A guerra mostra um lado cruel do ser humano e deve ser evitada, mas não podemos ser inocentes e fingir que conflitos não existem e fingir que tudo vai se resolver sem fazermos nada ou nos emocionando.

Cada nação deve estar preparada em todos os sentidos para um conflito e as artimanhas de uma guerra.

O Brasil, embora tenha conflitos não declarados de narcotraficante, felizmente, não anda envolvido diretamente em guerras contra uma nação estrangeira faz tempo, mas não podemos viver na ilusão de que isto nunca vai acontecer.

 E militares, principalmente nossos políticos e sociedade devem estar conscientes das táticas e estratégias usadas atualmente que passam longe de uma guerra convencional ou guerras antigas como a segunda guerra mundial, aonde o Brasil teve uma brava mas convencional participação enquanto outras nações já  usavam unidades especiais e de espionagem. Se você acha que ser militar resume-se a disciplina cega, ordem unida, acordar cedo, fazer barba, ter uma farda impecável  e ter muita ralação e vibração, com acontece com certos militares convencionais, passou da hora de você rever este conceito e ver a realidade do mundo atual.

Mas retornando ao conflito Ucrânia e Rússia, o que o Brasil tem a aprender com isso?

  • ·         A importância de narrativas: A criação de narrativas foi e continua sendo usado nesta guerra para justificar a invasão pela Rússia. Lembra muito a narrativa feminista no Ocidente, aonde feministas reclamam de serem oprimidas quando na verdade possuem mais privilégios que os homens perante a lei.  Bolsonaro caiu nesta narrativa como um pato, pois continua a privilegiar as feministas com mais leis feministas, mesmo sendo odiado pelas feministas. Narrativas andam sendo usadas desde a segunda guerra e se o lado opositor se calar, tende a favorecer quem criou determinada narrativa. Narrativas devem ser combatidas na sua origem, com fatos, propaganda produtiva e boa comunicação visando o apoio popular.
  • ·         O poder da propaganda: Aliados ao fator narrativa, ambos os lados atualmente usam propaganda na internet e TV, como forma de atrair apoio da população, de potencial aliados e para minar/ desmotivar o inimigo via operações psicológicas.
  • ·         O apoio da população: Fator fundamental. Putin distribuiu passaportes para obter apoio da população em uma região instável que simpatizava com a Rússia e usou isto como motivo para o conflito. Durante o conflito, propagada feitas pelas forcas especiais russas na internet circula dando a entender que as forcas armadas ucranianas são culpadas, tudo visando obter o apoio direto da população ou causar hesitação de atores participantes e não participantes do conflito.
  • ·         Sabotagem:  Gerar caos interno na sociedade inimiga via ataques a logística, estrutura ou forcas armadas através de  espiões ou parte da população que apoia o lado inimigo. O uso de forcas especiais também pode ser utilizado aqui.
  • ·         Reconhecimento especial e não especial: Ambos diferentes mas que visam obter informes e inteligência sobre estrutura, localização, etc sobre o lado opositor. Em geral , realizados de modo secreto por forcas especiais que estão infiltradas no ambiente operacional bem antes da guerra iniciar visando obter o máximo de dados relevantes dentro do possível.
  • ·         Uso de drones:  Tecnologia faz a diferença. O reconhecimento pode ser via drones também. Alem, disso drones estão sendo usados para o lançamento de misseis e bombas para aniquilar e verificar a presença de forcas adversas.
  • ·         O uso de forcas especiais para ações diretas contra forcas inimigas e também para eliminação de alvos de alto valor estratégico- politico.
  • Operações clandestinas:  As famosas Black ops como postamos no nosso texto anterior sobre os MACV-SOG.  O provável uso russo de exércitos privados ou forcas especiais que realizam ações secretas que podem a vir ser prejudiciais para um governo do ponto de vista social, politico, econômico e estratégico perante a opinião publica. 
  • Guerra de resistência. Os militares ucranianos e simpatizantes mais uma vez demonstram que um inimigo com poderio militar maior (russos) pode vir a sofrer se o combate se prolongar. Muitos casos no passado mostraram como tal modo de combater pode ser eficaz para forças armadas, aliado ao inteligente uso da propaganda.
  • Guerra por procuração. Os Estados Unidos e a OTAN usam da antiga estratégia da guerra por procuração, aonde usam a Ucrânia para de certo modo combater os seus inimigos. 

domingo, 3 de abril de 2022

Operações clandestinas e forças especiais: MACV SOG-Grupo de Estudos e Observações,Comando de Assistência Militar do Vietnã

Logo não oficial do MACV SOG, unidade secreta de forças especiais que conduziu operações clandestinas na guerra do Vietnã. 

 Se um conflito na história dos EUA já veio com bagagem, deve ser a Guerra do Vietnã. Embora o serviço e as ações dos milhões de americanos que lutaram no Sudeste Asiático tenham sido lentamente reconhecidos, a impopularidade da guerra na época e por muitos anos depois deixou uma cicatriz na sociedade americana. 

Como disse o Coronel Visacro das forças especiais do Brasil, os Estados Unidos venceram a batalha mas perderam a guerra do Vietnã em virtude do muitos fatores, entre eles a falta de apoio da sociedade americana, o poder da propaganda usados pelos seus opositores e outros fatores não militares. Essa impopularidade também significou que homens e unidades extraordinários, como o Grupo de Estudos e Observações do Comando de Assistência Militar do Vietnã (MACV-SOG), caíram nas rachaduras do esquecimento da América e são conhecidos apenas por alguns velhos camaradas, suas famílias, e um punhado de entusiastas da história militar. 

 A "inofensiva" MACV-SOG foi uma organização com um nome inofensivo de fachada, com soldados de elite muitos superiores ao conscrito e militar convencional daquela guerra, visto a obscuridade desta unidade que ficou conhecida somente muitos anos depois devido a sua natureza altamente secreta e missões de extremo risco.

 Os operadores da SOG realizaram algumas das operações especiais mais impressionantes de toda a guerra; incluindo alguns que pareciam desafiar a própria lógica. Como sucessivas administrações dos EUA alegaram que não havia tropas americanas fora do Vietnã do Sul, várias centenas de tropas de operações especiais lutaram contra todas as probabilidades e contra um inimigo que sempre desfrutava de uma vantagem numérica que às vezes excedia uma proporção de 1:1000. 

O MACV-SOG foi a unidade maiecreta da guerra do Vietnã que você nunca ouviu falar. Ativado em 1964, o MACV-SOG era uma organização secreta conjunta de operações especiais que conduzia operações transfronteiriças no Laos, Camboja, Tailândia e Vietnã do Norte. Composto por operadores das Forças Especiais do Exército, SEALs da Marinha, Fuzileiros Navais de Reconhecimento e Comandos Aéreos, o SOG também trabalhou em estreita colaboração com a Comunidade de Inteligência, muitas vezes executando missões a pedido da CIA.

Durante sua guerra secreta de oito anos (1964-1972), o SOG conduziu algumas das operações especiais mais ousadas da história dos EUA e plantou a semente para a criação do Comando de Operações Especiais dos EUA (SOCOM) e do Comando de Operações Especiais Conjuntas (JSOC). Bravos soldados, os operadores SOG, incluindo lendas de operações especiais norte-americanas como o Coronel Robert Howard e o Sargento Roy Benavidez, ganharam 12 Medalhas de Honra durante o conflito.

 O principal campo de batalha e foco do SOG era a infame trilha Ho Chi Minh, um complexo que se estendia por centenas de quilômetros acima e abaixo do solo, do Vietnã do Norte, passando pelo Laos e Camboja, até o Vietnã do Sul, que os norte-vietnamitas e vietcongues usaram para alimentar sua luta no sul. . O que era peculiar nas operações do SOG era o fato de elas acontecerem onde as tropas dos EUA não deveriam estar. Sucessivas administrações dos EUA insistiram que nenhuma tropa americana estava operando fora do Vietnã do Sul, um caso de operações clandestinas (Black Ops) conduzidos por forças especiais 

Os comandos SOG, portanto, não usavam crachás, uniformes, classificação ou qualquer outra insígnia que pudesse identificá-los como americanos. Mesmo suas armas não tinham números de série ou tinham origem origem estrangeira. O nome Grupo de Estudos e Observações foi justmente usado para dar um tom mais civil, menos militar e longe do perfil de unidades de forças especiais. 




 Para participar do MACV-SOG o militar deveria ter um perfil de voluntário e estritamente confidencial. As tropas do SOG não tinham permissão para divulgar sua localização, missões ou quaisquer outros detalhes em torno de sua roupa secreta e não podiam tirar fotos - como todos os bons comandos, no entanto, o SOG quebrava essa regra com frequência, como sugerem as inúmeras fotos da época. . Mas, para o público em geral, eles eram apenas mais um soldado americano lutando contra o comunismo no Vietnã. 
O militar que participava do MACV-SOG deveria assinar um contrato antes de ser efetivado aonde afimava nunca poder discutir detalhes da unidade e detalhes das missões por 20 anos sobre o risco de serem punidos e presos.

O SOG era comandado por um coronel do Exército, denominado “Chefe SOG”, refletindo a predominância dos Boinas Verdes na organização, e dividido em três seções geográficas: Comando e Controle Norte (CCN), Central de Comando e Controle (CCC) e Comando e Controle. Controle Sul (CCS). 

 O atendimento na unidade foi altamente seletivo. Não apenas recrutava apenas de unidades de operações especiais, mas o risco inerente exigia que todos tivessem que ser voluntários. Aproximadamente 3,2 milhões de americanos serviram no Vietnã. Desse número, cerca de 20.000 eram Boinas Verdes, desses, apenas 2.000 serviram em SOG, com apenas 400 a 600 executando operações de reconhecimento e ação direta.

O serviço na SOG veio com um acordo tácito de que você receberia um Purple Heart ou um saco preto (morte). O SOG teve uma taxa de baixas de 100% – todos que serviram no SOG foram feridos, na maioria das vezes, ou mortos. E até hoje, 50 boinas verdes SOG ainda estão desaparecidas em ação.

 Nossos “Pequenos”(o apoio dos locais)

 O que permitiu as operações do SOG foi um suprimento constante de combatentes locais leais e ferozes que odiavam apaixonadamente os norte-vietnamitas - e às vezes uns aos outros. Esses combatentes locais trabalharam com os comandos americanos como mercenários.

 Os “Pequenos”, como os americanos os chamavam carinhosamente, provaram seu valor em campo, contra probabilidades impossíveis repetidas vezes. Essas forças parceiras locais incluíam montagnards, sul-vietnamitas e chineses Nungs, entre outras tribos e etnias. De fato, mercenários locais compunham a maioria das equipes de reconhecimento SOG e Forças Hatchet por possuirem uma extrema destreza no combate. 

Por exemplo, a maioria das equipes de reconhecimento executaria operações transfronteiriças com uma equipe mista, de dois a quatro americanos e quatro a nove mercenários locais. Os moradores locais tinham uma habilidade incrível – alguns operadores de SOG diriam um sexto sentido – para detectar perigo. Essa habilidade os tornava perfeitos homens de ponta durante as operações de reconhecimento.

Normalmente, ao lançar uma operação de reconhecimento transfronteiriço, as equipes SOG entrariam em uma “quarentena” pré-missão, bem como os destacamentos operacionais das Forças Especiais do Exército modernos antes de serem implantados. Durante esse período de quarentena, eles comeriam a mesma comida que os norte-vietnamitas, que é principalmente arroz e peixe, para que eles – e seus dejetos humanos – pudessem cheirar como o inimigo enquanto estivessem na selva.

Hoje, onde as bebidas pré-treino e energéticas são quase obrigatórias, mesmo em operações ativas, tais medidas podem parecer extravagantes. Mas em uma noite sem lua, no meio da selva cambojana, cercado por milhares de rastreadores e tropas norte-vietnamitas, algo tão trivial quanto seu cheiro pode significar a diferença entre uma equipe SOG ser exterminada ou voltar inteira para a base.
Logo, as tropas locais, conhecedoras do ambiente operacional, foram cruciais para a sobrevivência de muitas equipes de reconhecimento do SOG. 


O uso do McGuire rig, instrumento para exfiltrar militares do MACV SOG durante a guerra. Visto nos filmes de Chuck Norris (Delta Force) este intrumento foi realmente utilizado durante a guerra.

Operações especiais do MACV SOG: Missões que desafivam a morte 

 A SOG especializou-se principalmente em reconhecimento estratégico, ação direta, sabotagem e busca e resgate em combate. Embora o principal conjunto de missões do SOG fosse o reconhecimento estratégico por meio de suas equipes de reconhecimento, também se especializou em operações de ação direta, como ataques e emboscadas. 

Para essas operações maiores, havia equipamentos diferentes dentro da SOG. As “Forças Hatchet” eram especializadas em ataques e emboscadas, mas também atuavam como uma força de reação rápida para equipes de reconhecimento. Normalmente, as Forças Hatchet eram do tamanho de um pelotão e compostas por cinco americanos e 30 soldados indígenas. Às vezes, várias Forças Hatchet se combinavam para criar um elemento do tamanho de uma empresa, chamado “Havoc” ou “Hornet”, que poderia ser muito eficaz contra centros logísticos ou quartéis-generais inimigos conhecidos. Além das Hatchet Forces, havia também as empresas “SLAM”, que significam Search, Locate, Annihilate, Monitor/Mission, que eram empresas SOG de tamanho normal com algumas dezenas de americanos em papéis de liderança e algumas centenas de mercenários indígenas que SOG havia recrutado. As primeiras equipes de reconhecimento SOG foram chamadas de “Spike Teams” (ST), por exemplo, ST Idaho, com o termo “Recon Teams” (RT), por exemplo, RT Ohio, tornando-se mais popular no final da guerra. Normalmente, os comandos SOG nomeavam as equipes em homenagem aos estados dos EUA, mas também usavam outros títulos, como “Bushmaster”, “Adder” e “Viper”. 

O número de equipes de reconhecimento ativas flutuou ao longo da guerra, refletindo baixas e crescente demanda. Por exemplo, a certa altura, o CCC administrou quase 30 equipes de reconhecimento. 

 Algumas missões notáveis do SOG incluem: A Operação Tailwind, uma operação da Hatchet Force na Tailândia e uma das missões de maior sucesso na história do SOG; a operação de Ação de Graças, quando a equipe de seis homens do operador SOG John Stryker Meyer encontrou e evadiu 30.000 norte-vietnamitas; a missão de Natal, quando a equipe de Meyer foi ao Laos para destruir um oleoduto de combustível, mas quase foi queimada viva por rastreadores norte-vietnamitas que incendiaram a selva; a Operação Thundercloud, na qual o SOG recrutou e treinou tropas norte-vietnamitas capturadas e as enviou para operações de reconhecimento através da fronteira vestidos como seus antigos camaradas; e a missão do Recon Team Alabama em outubro de 1968, que contabilizava 9.000 norte-vietnamitas mortos ou feridos em ação. 

 O que se destaca na SOG é a responsabilidade que foi colocada em seus jovens operadores, nem todos oficiais visto que nos Estados Unidos, praças participam de unidades de forças especiais como os boinas verdes e força delta . O lendário operador de SOG John Stryker Meyer, por exemplo, estava executando o reconhecimento como One-Zero (líder de equipe) aos 22 anos e apenas um E-4. E as regras de engajamento eram bem diferentes, com menos burocracia. 

 “As missões Bright Light [busca e resgate de combate] raramente seriam implantadas sob as Regras de Engajamento de hoje”, disse Meyer à Sandboxx News. “E, hoje, eles ligam para não acreditar que os E-4s estavam direcionando ataques aéreos, controle total no solo e tropas experientes tinham a palavra final sobre as equipes, independentemente da classificação. Experiência acima da classificação.” Meyer escreveu extensivamente sobre SOG e suas experiências de arrepiar os cabelos na unidade.

 Embora as técnicas, táticas e procedimentos fossem geralmente os mesmos entre os três subcomandos SOG, as equipes SOG ajustaram suas abordagens de acordo com sua área geográfica. O Laos, por exemplo, tem mais montanhas e selvas do que o Camboja, que é mais plano e aberto.

Salvadores alados: Comandos Aéreos da SOG

 A chave para o sucesso e a eficácia das operações MACV-SOG na fronteira foram vários esquadrões de aeronaves de todas as Forças e também do Vietnã do Sul. O 20º Esquadrão de Operações Especiais da Força Aérea foi apelidado de “Vespas Verdes”. Eles voaram o Sikorsky CH-3C e CH-3E e Bell UH-1F/P Huey. O primeiro tenente James P. Fleming, um piloto do Green Hornet, ganhou a Medalha de Honra por salvar uma equipe de reconhecimento SOG da morte certa em 1968. Os Hueys dos Green Hornets vieram embalados com uma variedade de armas, incluindo metralhadoras M-60, miniguns GAU-2B/A e cápsulas de foguete de 2,75 polegadas. Se a munição acabasse, os artilheiros lançavam granadas ou atiravam em seus rifles individuais.

 Além dos Green Hornets, o 219º Esquadrão da Força Aérea do Vietnã do Sul, que voou o H-34 Kingbees, foi um apoiador dedicado das operações do SOG. Esses pilotos e tripulações sul-vietnamitas eram realmente destemidos, sempre vindo em socorro de equipes de reconhecimento comprometidas, independentemente do perigo.

Outras unidades notáveis que apoiaram as missões SOG foram o USMC Light Attack Helicopter Squadron 367, que voou o ataque AH-1 Viper e os helicópteros de transporte UH-1 Venom; a 189ª Companhia de Helicópteros de Assalto “Ghost Riders”, que voou variantes de assalto e transporte do helicóptero UH-1 Huey. Os comandos do SOG no solo também podiam contar com suporte aéreo aproximado de asa fixa, com o turboélice A-1 Skyraider sendo uma plataforma favorita para suporte aéreo aproximado e o F-4 Phantom. 

 “A política militar sempre interferiu, e nossa liderança teve que lutar de meios de apoio aéreo próximos, como os esquadrões A-1 Skyraider”, disse Meyer ao Sandboxx News. “Por exemplo, os oficiais da SOG tiveram que lutar para manter a 56ª Ala de Operações Especiais, operando da Localização Alpha em Da Nang. O apoio aéreo aproximado foi vital e provavelmente o fator mais importante na sobrevivência de inúmeras equipes SOG. 

No entanto, embora os comandos SOG desfrutassem de superioridade aérea e as aeronaves norte-vietnamitas nunca representassem um perigo, os Comandos Aéreos que apoiavam SOG tiveram que enfrentar as capacidades antiaéreas extremamente potentes dos norte-vietnamitas, que incluíam desde metralhadoras leves a canhões antiaéreos pesados. aos mísseis terra-ar. Cada extração quente forçava uma penalidade de helicópteros e caças/ou bombardeiros abatidos, ou pelo menos alguns crivados de balas. 

 Os comandos SOG chamaram eles mesmos o apoio aéreo aproximado, geralmente usando uma bússola e latas de fumaça. Os controladores aéreos avançados, apelidados de “Covey”, sobrevoaram e ajudaram na coordenação com a equipe no solo e no controle de todos os meios aéreos e apoio aéreo aproximado. No CCS, Covey geralmente voava sozinho, fazendo as duas tarefas enquanto também pilotava seu avião. No CCN, no entanto, Covey era um caso de dois homens, geralmente envolvendo um experiente operador SOG se juntando ao piloto e ajudando com sua experiência única, tendo sido o receptor de várias equipes de apoio aéreo aproximado. 

 Anos após o fim da Guerra do Vietnã, descobriu-se que havia um informante na sede da SOG em Saigon que estava passando informações sobre as missões e locais da equipe para o inimigo. 

 Embora o serviço no SOG viesse com o acordo de uma vida perigosa cheia de perigos e riscos, também vinha com um senso inquebrável de lealdade e confiança entre os homens que serviam lá. Um sentimento de lealdade e confiança que repetidamente os operadores SOG provaram através de seu compromisso de não deixar ninguém para trás, morto ou vivo. Esse esforço, esse compromisso, continua até hoje.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2022

Erros e fiascos das unidades de elite e forças especiais mundo afora: lições que devem ser estudadas e aprendidas

As forças especiais são formadas por soldados profissionais que passam por um processo seletivo duro que, em teoria, seleciona os melhores soldados preparados fisicamente e mentalmente a participar deste tipo de unidade cujo foco sempre vai ser completar a missão levando em conta diversos fatores que possam afetar a batalhas para vencer a guerra.

 As missões das forças especiais vão além dos fatores tácticos e técnicos e objetivam, assim como levam em conta, fatores estratégicos e políticos. Quem pensa que somente ações diretas, típica de comandos, na base do grito, tiro e bomba devem ser consideradas ou treinadas, deveria estudar mais sobre inúmeras missões de forças especiais mundo afora.

 Por isso vale a pena estudar, pensar, avaliar e questionar, para tentar melhorar. Soldados de qualquer unidade são humanos e podem errar. As forças especiais atuam missões extremamente delicadas e complexas que passam longe da vida de um militar comum. Logo, maiores chances de erro e estes podem vir a ser fatais para o militar e nação a que serve.

  Este artigo tem como objetivo servir de estudo e analisar os erros cometidos de algumas missões SEM FALTAR AO RESPEITO E TRIPUDIAR. Depois de toda missão, em unidades como o SAS o debate é incentivado entre praças e oficiais (serve de alerta aos convencionais que nunca questionam a hierarquia) e o que aconteceu deve ser debatido e questionado de modo incisivo para vir a ser melhorado ou corrigido. Uma boa autocrítica faz parte de qualquer pessoa ou unidade que queira evoluir. A pergunta que deveria ser feita em todos estes casos: O que poderia ser mudado pare evitar falhas? O que aprender com os erros passados? Vamos ver alguns erros de unidades de elite abaixo:

  1-Spetsnaz A crise dos reféns no teatro Dubrovka foi a tomada do teatro lotado por 42 chechenos armados em 23 de outubro de 2002 e que envolveu 850 reféns e terminou com a morte de pelo menos 170 pessoas. Os terroristas, liderados por Movsar Barayev, reivindicaram lealdade ao movimento separatista islâmico na Chechênia. Eles exigiram a retirada das forças russas da Chechênia e o fim da Segunda Guerra Chechena. Devido à estrutura do teatro, as forças especiais teriam que lutar por 30 metros de corredor e atacar uma escada bem defendida antes que pudessem chegar ao salão em que os reféns eram mantidos. Os agressores possuíam vários explosivos, sendo que os mais poderosos estavam no centro do auditório. Após o assassinato de duas reféns em dois dias e meio, os grupos de elite da Spetsnaz do Serviço Federal de Segurança (SFS) Alpha e Vympel, apoiadas por uma unidade SOBR do Ministério de Assuntos Internos da Rússia (MVD), bombearam um agente químico não revelado sistema de ventilação do edifício e iniciou a operação de resgate. Todos os 40 insurgentes foram mortos MAS 204 reféns morreram durante o cerco, incluindo nove estrangeiros, devido ao envenenamento pelo gás usado pelas forças russas. Todos, exceto dois dos reféns que morreram durante o cerco, foram mortos pela substância tóxica bombeada para o teatro para subjugar os insurgentes. A identidade do gás nunca foi divulgada, embora se acredite que alguns tenham sido um derivado do fentanil, como o carfentanil.

2- Força delta/ Delta Force norte-americana A operação Eagle Claw foi uma operação militar norte-americana ordenada pelo presidente Jimmy Carter com o objetivo de tentar pôr fim à crise de reféns no Irã pelo resgate de 52 americanos mantidos em cativeiro na embaixada dos Estados Unidos em Teerã, em 24 de abril de 1980. O seu fracasso, e a humilhação pública que se seguiu, danificou o prestígio americano em todo o mundo e é considerado por muitos, incluindo o próprio Carter, como um dos motivos de sua derrota na eleição presidencial de 1980. A operação previa o envio de operadores da Força delta/ Delta Force norte-americana em um mínimo de seis helicópteros, mas oito foram enviados. Um teve problemas hidráulicos, outro sofreu uma avaria numa das pás e um terceiro não pôde navegar através de uma nuvem de areia muito fina (a haboob), o que obrigou um dos helicópteros a fazer um pouso forçado e os outros a voltar ao porta-aviões USS Nimitz (CVN-68). Durante o planejamento foi decidido que a missão seria abortada se restassem menos de 6 helicópteros, isto apesar de apenas quatro serem considerados absolutamente necessários. Numa opção que ainda hoje é discutida nos círculos militares, os comandantes pediram ao Presidente Carter permissão para abortar a missão e Carter acedeu ao pedido. Os militares da força Delta na verdade não tiveram culpa pela falha da missão ,pois o que ocorreu na verdade foi uma falha na logística e no transporte. 

3- SAS Talvez a missão Bravo Two Zero seja aquela que deixa muitos fatos duvidosos para quem quer polemizar. Diversos militares que participaram desta missão escreveram com relatos bem diferentes revelando o que passaram. A dificuldade existe pois a versão de cada autor contradiz o outro autor, que igualmente estevava participando. Para alguns ela foi fulminada de falhas de liderança e obtenção de inteligência que levaram a equipe a ser despejada precipitadamente ao longo do itinerário que poderia ter sido percorrido motorizado. Outros comentam sobre ser baseada em uma rota de abastecimento, quase no topo do objetivo, onde logo foram localizados. Ao contrário de outras patrulhas do SAS que operavam ao mesmo tempo no deserto, a patrulha B20 decidiu não levar veículos. Sem veículos, eles descobriram que nenhum de seus equipamentos de comunicação estava funcionando e as mochilas eram pesadas demais. Segundo uns autores, eles também haviam recebido o itinerário de fuga errado. Forçados a recuar a pé, os militares se separaram, morreram de hipotermia pois era mais frio que esperado, foram mortos ou capturados enquanto se dirigiam para a fronteira síria. As tentativas de resgate foram fatalmente atrasadas o que levou a alguns militares terem passado por tortura, uma outra coisa que muitos questionam pois os relatos não se complementam. 

4- SBS A fracassada missão de resgate britânica SBS Commando na Nigéria. Os reféns foram assassinados por seus captores quando comandos britânicos de elite do Special Boat Service (SBS) e o exército nigeriano tentaram resgatar Robert Robert Winnett e Thomas Harding em 2012. Franco Lamolinara, um italiano também foi morto. No entanto, isso não foi antes do esquadrão da SBS matar pelo menos dois dos terroristas durante o ataque à luz do dia em uma casa na cidade de Sokoto, no norte. O governo nigeriano da época informou que os dois supostos assassinos dos reféns haviam sido capturados. De acordo com fontes de segurança nigerianas, os reféns estavam sendo mantidos em Sokoto depois de serem regularmente movimentados entre casas seguras na região. Com a nova inteligência, um grupo SBS – o esquadrão ‘stand-by’ para contraterrorismo – foi enviado para a Nigéria, viajando em roupas civis a bordo de companhias aéreas comerciais. Armas, equipamentos de comunicação e outros equipamentos para cerca de 40 forças especiais do Reino Unido e Royal Marine Commandos foram enviados para o país em malas diplomáticas britânicas para a Embaixada em Lagos, onde a sede operacional foi instalada. Surpreendentemente, o governo britânico não informou a Itália sobre as operações de resgate planejadas. David Cameron autorizou a operação depois de ser informado de que o refém, cuja localização havia sido descoberta recentemente, corria o risco de ser transferido e assassinado. Isso seguiu as exigências dos sequestradores para que o governo nigeriano libertasse os prisioneiros. Chamadas de telefones celulares interceptadas sugeriram que uma mudança era iminente e o esquadrão SBS, que estava na Nigéria por até duas semanas, lançou um resgate de emergência em plena luz do dia. 

5-BOPE Em 12 de junho de 2000, Sandro Nascimento manteve 11 passageiros de um coletivo que fazia a linha 174 (Gávea-Central) reféns, no Jardim Botânico, na Zona Sul do Rio. Foram quase cinco horas de transmissão ao vivo pela TV e pelo rádio das ameaças feitas por Sandro Nascimento. Na ocasião, foi possível acompanhar a movimentação do bandido — que vestia bermuda, camiseta e tinha a cabeça coberta — pelo ônibus. Ele fazia ameaças e apontava a arma para a cabeça de reféns, mesmo estando cercado por dezenas de policiais, entre eles atiradores de elite do Batalhão de Operações Especiais (Bope), e de curiosos. Numa ação que motivou muito debate, um soldado do Bope atirou contra Sandro quando ele resolveu deixar o coletivo, fazendo a professora Geisa Firmo Gonçalves de escudo humano. Geisa foi atingida de raspão pela bala disparada pelo PM. Sandro reagiu e atirou contra a professora, que morreu. O sequestrador morreu asfixiado a caminho da delegacia. Três policiais se tornaram réus no processo da morte de Sandro e foram absolvidos.