Existem
alguns bons canais de conteúdo militar falando sobre o processo seletivo das
melhores forças especiais do mundo em português com excelente iniciativa. Hoje
iremos aprofundar aqui ainda mais o assunto que parece ser bem desconhecido
para os interessados brasileiros.
Vale
lembrar novamente: bravados e gritos
sobre vibração, pagar cangurus, falar gírias militares e todo aquela coisa que
qualquer um pode fazer não dizem NADA sobre forças especiais. Na verdade o
processo de seleção da melhor unidade de forças especiais do mundo se diferencia
por ser exatamente o oposto disso.
Como isto
funciona e o que isso a diferencia das outras unidades de forças especiais? Vejamos abaixo:
- Processo seletivo aberto a qualquer militar de qualquer patente, classe social ou
unidade com o mínimo de três anos de serviço ativo com comportamento razoável e
requisitos de idade. Do paraquedista ao rancheiro e corneteiro. Qualquer um
pode entrar desde que passe nos processo seletivo. Sargentos e cabos perdem a sua patente e viram
soldados, soldados permanecem soldados e
podem galgar a patente de cabos e sargentos,
oficiais mantem a mesma patente. Oficiais passam por um processo
seletivo mais exigente por motivos óbvios (devem ter moral para liderar pelo
exemplo, comandar e tomar decisões de alto risco). Não existe a necessidade de
se fazer concurso publico para ser um militar de carreira e depois ingressar nas forças especiais (passando no curso) como acontece
aqui no Brasil aonde um soldado NUNCA vai ter a chance de servir nas unidades
de forças especiais (comandos, paraquedistas, precursores, militares de selva,
montanhas e outros não são forças especiais)
- Ser um paraquedista não é algo obrigatório, pois o militar que ainda não for paraquedista vai receber treinamento para tal função desde o treinamento básico paraquedista ao salto livre.
- Ser um militar de uma unidade de comandos não é algo obrigatório, pois o militar vai receber este treinamento embutido na formação de forças especiais,
- O militar que atua realmente na missão e esta na “lida” (muitas vezes soldados, cabos e sargentos) é aquele que realmente toma as decisões na hore de atuar no campo operacional e não um militar oficial burocrata distante do campo de operação. Por qual motivo? O militar no campo a) tem mais informações sobre o que esta acontecendo em tempo real; b) arrisca a sua vida e dos seus subalternos para cumprir a missão.
- Hierarquia é usada como forma de estabelecer/manter controle e cadeia de comando e não usar soldados com escravos.
- A seleção é chamada de rejeição na
verdade pois rejeita-se a maior parte que não serve para a unidade.
- Impessoalidade. Muitas vezes sem
gritos, sem tentar motivar o militar para estar no processo seletivo, sem vibração.
Faz quem quer, de livre vontade e tem motivação para tal sem ninguém gritado ao
lado. Metas devem ser atingidas. Não atingiu vai ser desligado e pode pedir
desligamento a qualquer hora sem teatro e simbolismo como fazem os Us Navy
Seals (tocar o sino).
- Relativamente processo seletivo direto ao ponto e consistindo de fases:
1) Pré -seleção para testar nível básico de preparo físico; 2) Testes de
marchas forçadas aumentando a distancia gradualmente em terreno montanhoso e que incluem navegação (grande foco nessa parte);
3) Fase de de guerra na selva; 4) Fase de sobrevivência e resistência a interrogatório.
Somente depois disso o militar é qualificado como operador de forças especiais
mas ainda pode ser desligado dentro do prazo de um ano. Ao longo da jornada fases
de nivelamento operacional são feitas e militares que não possuem formação em
determinada especialidade passam por instruções especificas. Nem todas tem ralação.
- Divisão de conhecimento onde um
militar passa conhecimento ao companheiro em determinado tipo de assunto e
vice- versa (Cross training)
- Comando decentralizado e criatividade/
inovação ao executar missões são consideradas. Iniciativa é bem vinda ao tomar decisões
sem depender de militar comandante.
- Constante treinamento em diversas áreas
como proteção de dignitários, reconhecimento, inteligência, contraterrorismo,
etc, buscando manter-se atualizado sem jamais cair no erro de “sabemos tudo”.
- Preparo físico de responsabilidade do próprio militar que deve manter-se em forma por iniciativa própria. Se afetar a performance, corre o risco de ser desligado e mandado de volta a unidade original de onde veio.