segunda-feira, 13 de maio de 2024

Os níveis da guerra ou os níveis do poder


 

Blog #mentesdecomandos, tudo sobre unidades de forças especiais e unidades de comandos na sociedade atual e na era da informação. 

O propósito primordial de qualquer teoria é esclarecer conceitos e ideias que tenham se tornado, por assim dizer, confusos e complicados. (Carl von Clausewitz)

Escolas e academias militares de todo o planeta continuam a estudar um assunto chamado os níveis da guerra. Muitos militares profissionais ainda têm dificuldade em distinguir entre os níveis da guerra no ambiente operacional. Outros ainda sofrem em entender a volatil hierarquia destes  níveis no contexto de batalha, quer ela seja em um um conflito regular, irregular, informacional ou hibrido. E isto pode ser fatal tanto do ponto de vista militar como do ponto de vista social e politico.

Muitos militares ainda classificam os níveis niveis em estratégico (nacional e de teatro de operações), operacional e tático. Entretanto, ainda faz sentido usar tal modelo sem flexbilidade no momento em que vivemos na era da informação?

Humildemente, iremos classficar aqui os  os níveis da guerra (ou com um nome melhor,  os níveis do poder de um modo um pouco mais ampliado).

  1. O nível técnico - O mais elementar aonde o profissional militar se especializa em executar um procedimento de maneira veloz e eficiente.
  2. O nível operacional- é de onde saem as ações e metas traçadas pelo nível tático para atingir os objetivos das decisões estratégicas. 
  3. nível  tático - nível planejamento tático tem um envolvimento um pouco mais amplo mais mais limitado. Ele é realizado a nível departamental, envolvendo às vezes apenas um processo de ponta a ponta sendo afetado pelos  níveis mencionados anteriormente. nível tático é o responsável por criar metas e condições para que as ações estabelecidas no planejamento estratégico sejam atingidas.
  4. nível estratégico - O nível estratégico se desdobra para toda a organização, a longo prazo. O nível  estratégico é essencial para alcançar o sucesso, pois determina onde a organização quer chegar e como executará planos de ação para o seu objetivo.

Para que o planejamento dê certo, é preciso envolver pessoas de vários níveis, se comunicar claramente, garantir que todos conheçam os seus objetivos e coordenar as atividades da organização ao mesmo tempo aonde todos os  os níveis tenham a flexilibilidade de se comunicar e planejar de modo independente mas visando o objetivo em comum.

Muitos profissionais, militares ou civis, acabam por aqui. Mas como comentamos antes, na era da informação as coisas tornaram-se mais complexas.

Os  níveis acima sofrem forte influência dos seguintes níveis:

  1. nível social- O ambiente social feito por pessoas que podem afetar a opinião pública, comportamentos e a sociedade.
  2. nível político- Aonde quem controla o poder, faz leis a regulamentos e pode fortemente afetar os outros níveis.  .
  3. nível jurídico- Aonde quem comanda e faz as leis/ regulamentos pode vir a decidir quem vira inocente ou criminoso.
  4. nível econômico- Aonde quem controla os recursos financeiros, controla outro fator importante do jogo de poder. 

Um exemplo clássico poder ser visto na guerra do vietnã aonde o maior poder militar do planeta ganhou as batalhas no nível técnico  técnico, operacional e tático mas perdeu as batalhas nos outros  níveis. Quem controla as níveis mais superiores e que venham a influenciar os  níveis inferiores e a deslocar o centro de gravidade do conflito ao seu favor e obter um maior apoio do povo. possui maiores chances de vencer. 

Na sociedade brasileira, muitas pessoas cobram de praças (militares de baixa patente da hierarquia militar) atitudes mais fortes sendo que tais militares possuem nenhum poder perante aos oficiais pela rigidez da hierarquia militar convencional. Os oficiais por sua vez, devem responder aos generais e estes por sinal tem como comandante o presidente da república que estiver no poder. 

Embora o presdiente, seja controlado pelo congresso, ainda assim, se possuir aliados nos demais níveis, pode vir a controlar grande parte do poder o que pode vir a nos afetar.

terça-feira, 5 de abril de 2022

Operações clandestinas, operações psicológicas, narrativas e propaganda na Guerra da Ucrânia: O que o Brasil tem a aprender com isso



A guerra entre Ucrânia e Rússia continua depois de algumas semanas de conflito. E como o sábio que busca evoluir, devemos aprender com o que acontece com o mundo ao nosso redor.

Sem tomar um lado como em uma partida de futebol devemos salientar que muitos devem acordar e entender que cada povo e nação lutam  por seus interesses.  Do ponto de vista geopolítico, muita inocência de uma pessoa sonhadora e “hippie” acreditarem no contrario e que somos “todos iguais e irmãos”.

Ao tomarmos um lado ou não, irão existir consequências.  Desde a guerra do Vietnã, segunda guerra mundial e tantas outras isto vêm acontecendo. A guerra mostra um lado cruel do ser humano e deve ser evitada, mas não podemos ser inocentes e fingir que conflitos não existem e fingir que tudo vai se resolver sem fazermos nada ou nos emocionando.

Cada nação deve estar preparada em todos os sentidos para um conflito e as artimanhas de uma guerra.

O Brasil, embora tenha conflitos não declarados de narcotraficante, felizmente, não anda envolvido diretamente em guerras contra uma nação estrangeira faz tempo, mas não podemos viver na ilusão de que isto nunca vai acontecer.

 E militares, principalmente nossos políticos e sociedade devem estar conscientes das táticas e estratégias usadas atualmente que passam longe de uma guerra convencional ou guerras antigas como a segunda guerra mundial, aonde o Brasil teve uma brava mas convencional participação enquanto outras nações já  usavam unidades especiais e de espionagem. Se você acha que ser militar resume-se a disciplina cega, ordem unida, acordar cedo, fazer barba, ter uma farda impecável  e ter muita ralação e vibração, com acontece com certos militares convencionais, passou da hora de você rever este conceito e ver a realidade do mundo atual.

Mas retornando ao conflito Ucrânia e Rússia, o que o Brasil tem a aprender com isso?

  • ·         A importância de narrativas: A criação de narrativas foi e continua sendo usado nesta guerra para justificar a invasão pela Rússia. Lembra muito a narrativa feminista no Ocidente, aonde feministas reclamam de serem oprimidas quando na verdade possuem mais privilégios que os homens perante a lei.  Bolsonaro caiu nesta narrativa como um pato, pois continua a privilegiar as feministas com mais leis feministas, mesmo sendo odiado pelas feministas. Narrativas andam sendo usadas desde a segunda guerra e se o lado opositor se calar, tende a favorecer quem criou determinada narrativa. Narrativas devem ser combatidas na sua origem, com fatos, propaganda produtiva e boa comunicação visando o apoio popular.
  • ·         O poder da propaganda: Aliados ao fator narrativa, ambos os lados atualmente usam propaganda na internet e TV, como forma de atrair apoio da população, de potencial aliados e para minar/ desmotivar o inimigo via operações psicológicas.
  • ·         O apoio da população: Fator fundamental. Putin distribuiu passaportes para obter apoio da população em uma região instável que simpatizava com a Rússia e usou isto como motivo para o conflito. Durante o conflito, propagada feitas pelas forcas especiais russas na internet circula dando a entender que as forcas armadas ucranianas são culpadas, tudo visando obter o apoio direto da população ou causar hesitação de atores participantes e não participantes do conflito.
  • ·         Sabotagem:  Gerar caos interno na sociedade inimiga via ataques a logística, estrutura ou forcas armadas através de  espiões ou parte da população que apoia o lado inimigo. O uso de forcas especiais também pode ser utilizado aqui.
  • ·         Reconhecimento especial e não especial: Ambos diferentes mas que visam obter informes e inteligência sobre estrutura, localização, etc sobre o lado opositor. Em geral , realizados de modo secreto por forcas especiais que estão infiltradas no ambiente operacional bem antes da guerra iniciar visando obter o máximo de dados relevantes dentro do possível.
  • ·         Uso de drones:  Tecnologia faz a diferença. O reconhecimento pode ser via drones também. Alem, disso drones estão sendo usados para o lançamento de misseis e bombas para aniquilar e verificar a presença de forcas adversas.
  • ·         O uso de forcas especiais para ações diretas contra forcas inimigas e também para eliminação de alvos de alto valor estratégico- politico.
  • Operações clandestinas:  As famosas Black ops como postamos no nosso texto anterior sobre os MACV-SOG.  O provável uso russo de exércitos privados ou forcas especiais que realizam ações secretas que podem a vir ser prejudiciais para um governo do ponto de vista social, politico, econômico e estratégico perante a opinião publica. 
  • Guerra de resistência. Os militares ucranianos e simpatizantes mais uma vez demonstram que um inimigo com poderio militar maior (russos) pode vir a sofrer se o combate se prolongar. Muitos casos no passado mostraram como tal modo de combater pode ser eficaz para forças armadas, aliado ao inteligente uso da propaganda.
  • Guerra por procuração. Os Estados Unidos e a OTAN usam da antiga estratégia da guerra por procuração, aonde usam a Ucrânia para de certo modo combater os seus inimigos. 

domingo, 3 de abril de 2022

Operações clandestinas e forças especiais: MACV SOG-Grupo de Estudos e Observações,Comando de Assistência Militar do Vietnã

Logo não oficial do MACV SOG, unidade secreta de forças especiais que conduziu operações clandestinas na guerra do Vietnã. 

 Se um conflito na história dos EUA já veio com bagagem, deve ser a Guerra do Vietnã. Embora o serviço e as ações dos milhões de americanos que lutaram no Sudeste Asiático tenham sido lentamente reconhecidos, a impopularidade da guerra na época e por muitos anos depois deixou uma cicatriz na sociedade americana. 

Como disse o Coronel Visacro das forças especiais do Brasil, os Estados Unidos venceram a batalha mas perderam a guerra do Vietnã em virtude do muitos fatores, entre eles a falta de apoio da sociedade americana, o poder da propaganda usados pelos seus opositores e outros fatores não militares. Essa impopularidade também significou que homens e unidades extraordinários, como o Grupo de Estudos e Observações do Comando de Assistência Militar do Vietnã (MACV-SOG), caíram nas rachaduras do esquecimento da América e são conhecidos apenas por alguns velhos camaradas, suas famílias, e um punhado de entusiastas da história militar. 

 A "inofensiva" MACV-SOG foi uma organização com um nome inofensivo de fachada, com soldados de elite muitos superiores ao conscrito e militar convencional daquela guerra, visto a obscuridade desta unidade que ficou conhecida somente muitos anos depois devido a sua natureza altamente secreta e missões de extremo risco.

 Os operadores da SOG realizaram algumas das operações especiais mais impressionantes de toda a guerra; incluindo alguns que pareciam desafiar a própria lógica. Como sucessivas administrações dos EUA alegaram que não havia tropas americanas fora do Vietnã do Sul, várias centenas de tropas de operações especiais lutaram contra todas as probabilidades e contra um inimigo que sempre desfrutava de uma vantagem numérica que às vezes excedia uma proporção de 1:1000. 

O MACV-SOG foi a unidade maiecreta da guerra do Vietnã que você nunca ouviu falar. Ativado em 1964, o MACV-SOG era uma organização secreta conjunta de operações especiais que conduzia operações transfronteiriças no Laos, Camboja, Tailândia e Vietnã do Norte. Composto por operadores das Forças Especiais do Exército, SEALs da Marinha, Fuzileiros Navais de Reconhecimento e Comandos Aéreos, o SOG também trabalhou em estreita colaboração com a Comunidade de Inteligência, muitas vezes executando missões a pedido da CIA.

Durante sua guerra secreta de oito anos (1964-1972), o SOG conduziu algumas das operações especiais mais ousadas da história dos EUA e plantou a semente para a criação do Comando de Operações Especiais dos EUA (SOCOM) e do Comando de Operações Especiais Conjuntas (JSOC). Bravos soldados, os operadores SOG, incluindo lendas de operações especiais norte-americanas como o Coronel Robert Howard e o Sargento Roy Benavidez, ganharam 12 Medalhas de Honra durante o conflito.

 O principal campo de batalha e foco do SOG era a infame trilha Ho Chi Minh, um complexo que se estendia por centenas de quilômetros acima e abaixo do solo, do Vietnã do Norte, passando pelo Laos e Camboja, até o Vietnã do Sul, que os norte-vietnamitas e vietcongues usaram para alimentar sua luta no sul. . O que era peculiar nas operações do SOG era o fato de elas acontecerem onde as tropas dos EUA não deveriam estar. Sucessivas administrações dos EUA insistiram que nenhuma tropa americana estava operando fora do Vietnã do Sul, um caso de operações clandestinas (Black Ops) conduzidos por forças especiais 

Os comandos SOG, portanto, não usavam crachás, uniformes, classificação ou qualquer outra insígnia que pudesse identificá-los como americanos. Mesmo suas armas não tinham números de série ou tinham origem origem estrangeira. O nome Grupo de Estudos e Observações foi justmente usado para dar um tom mais civil, menos militar e longe do perfil de unidades de forças especiais. 




 Para participar do MACV-SOG o militar deveria ter um perfil de voluntário e estritamente confidencial. As tropas do SOG não tinham permissão para divulgar sua localização, missões ou quaisquer outros detalhes em torno de sua roupa secreta e não podiam tirar fotos - como todos os bons comandos, no entanto, o SOG quebrava essa regra com frequência, como sugerem as inúmeras fotos da época. . Mas, para o público em geral, eles eram apenas mais um soldado americano lutando contra o comunismo no Vietnã. 
O militar que participava do MACV-SOG deveria assinar um contrato antes de ser efetivado aonde afimava nunca poder discutir detalhes da unidade e detalhes das missões por 20 anos sobre o risco de serem punidos e presos.

O SOG era comandado por um coronel do Exército, denominado “Chefe SOG”, refletindo a predominância dos Boinas Verdes na organização, e dividido em três seções geográficas: Comando e Controle Norte (CCN), Central de Comando e Controle (CCC) e Comando e Controle. Controle Sul (CCS). 

 O atendimento na unidade foi altamente seletivo. Não apenas recrutava apenas de unidades de operações especiais, mas o risco inerente exigia que todos tivessem que ser voluntários. Aproximadamente 3,2 milhões de americanos serviram no Vietnã. Desse número, cerca de 20.000 eram Boinas Verdes, desses, apenas 2.000 serviram em SOG, com apenas 400 a 600 executando operações de reconhecimento e ação direta.

O serviço na SOG veio com um acordo tácito de que você receberia um Purple Heart ou um saco preto (morte). O SOG teve uma taxa de baixas de 100% – todos que serviram no SOG foram feridos, na maioria das vezes, ou mortos. E até hoje, 50 boinas verdes SOG ainda estão desaparecidas em ação.

 Nossos “Pequenos”(o apoio dos locais)

 O que permitiu as operações do SOG foi um suprimento constante de combatentes locais leais e ferozes que odiavam apaixonadamente os norte-vietnamitas - e às vezes uns aos outros. Esses combatentes locais trabalharam com os comandos americanos como mercenários.

 Os “Pequenos”, como os americanos os chamavam carinhosamente, provaram seu valor em campo, contra probabilidades impossíveis repetidas vezes. Essas forças parceiras locais incluíam montagnards, sul-vietnamitas e chineses Nungs, entre outras tribos e etnias. De fato, mercenários locais compunham a maioria das equipes de reconhecimento SOG e Forças Hatchet por possuirem uma extrema destreza no combate. 

Por exemplo, a maioria das equipes de reconhecimento executaria operações transfronteiriças com uma equipe mista, de dois a quatro americanos e quatro a nove mercenários locais. Os moradores locais tinham uma habilidade incrível – alguns operadores de SOG diriam um sexto sentido – para detectar perigo. Essa habilidade os tornava perfeitos homens de ponta durante as operações de reconhecimento.

Normalmente, ao lançar uma operação de reconhecimento transfronteiriço, as equipes SOG entrariam em uma “quarentena” pré-missão, bem como os destacamentos operacionais das Forças Especiais do Exército modernos antes de serem implantados. Durante esse período de quarentena, eles comeriam a mesma comida que os norte-vietnamitas, que é principalmente arroz e peixe, para que eles – e seus dejetos humanos – pudessem cheirar como o inimigo enquanto estivessem na selva.

Hoje, onde as bebidas pré-treino e energéticas são quase obrigatórias, mesmo em operações ativas, tais medidas podem parecer extravagantes. Mas em uma noite sem lua, no meio da selva cambojana, cercado por milhares de rastreadores e tropas norte-vietnamitas, algo tão trivial quanto seu cheiro pode significar a diferença entre uma equipe SOG ser exterminada ou voltar inteira para a base.
Logo, as tropas locais, conhecedoras do ambiente operacional, foram cruciais para a sobrevivência de muitas equipes de reconhecimento do SOG. 


O uso do McGuire rig, instrumento para exfiltrar militares do MACV SOG durante a guerra. Visto nos filmes de Chuck Norris (Delta Force) este intrumento foi realmente utilizado durante a guerra.

Operações especiais do MACV SOG: Missões que desafivam a morte 

 A SOG especializou-se principalmente em reconhecimento estratégico, ação direta, sabotagem e busca e resgate em combate. Embora o principal conjunto de missões do SOG fosse o reconhecimento estratégico por meio de suas equipes de reconhecimento, também se especializou em operações de ação direta, como ataques e emboscadas. 

Para essas operações maiores, havia equipamentos diferentes dentro da SOG. As “Forças Hatchet” eram especializadas em ataques e emboscadas, mas também atuavam como uma força de reação rápida para equipes de reconhecimento. Normalmente, as Forças Hatchet eram do tamanho de um pelotão e compostas por cinco americanos e 30 soldados indígenas. Às vezes, várias Forças Hatchet se combinavam para criar um elemento do tamanho de uma empresa, chamado “Havoc” ou “Hornet”, que poderia ser muito eficaz contra centros logísticos ou quartéis-generais inimigos conhecidos. Além das Hatchet Forces, havia também as empresas “SLAM”, que significam Search, Locate, Annihilate, Monitor/Mission, que eram empresas SOG de tamanho normal com algumas dezenas de americanos em papéis de liderança e algumas centenas de mercenários indígenas que SOG havia recrutado. As primeiras equipes de reconhecimento SOG foram chamadas de “Spike Teams” (ST), por exemplo, ST Idaho, com o termo “Recon Teams” (RT), por exemplo, RT Ohio, tornando-se mais popular no final da guerra. Normalmente, os comandos SOG nomeavam as equipes em homenagem aos estados dos EUA, mas também usavam outros títulos, como “Bushmaster”, “Adder” e “Viper”. 

O número de equipes de reconhecimento ativas flutuou ao longo da guerra, refletindo baixas e crescente demanda. Por exemplo, a certa altura, o CCC administrou quase 30 equipes de reconhecimento. 

 Algumas missões notáveis do SOG incluem: A Operação Tailwind, uma operação da Hatchet Force na Tailândia e uma das missões de maior sucesso na história do SOG; a operação de Ação de Graças, quando a equipe de seis homens do operador SOG John Stryker Meyer encontrou e evadiu 30.000 norte-vietnamitas; a missão de Natal, quando a equipe de Meyer foi ao Laos para destruir um oleoduto de combustível, mas quase foi queimada viva por rastreadores norte-vietnamitas que incendiaram a selva; a Operação Thundercloud, na qual o SOG recrutou e treinou tropas norte-vietnamitas capturadas e as enviou para operações de reconhecimento através da fronteira vestidos como seus antigos camaradas; e a missão do Recon Team Alabama em outubro de 1968, que contabilizava 9.000 norte-vietnamitas mortos ou feridos em ação. 

 O que se destaca na SOG é a responsabilidade que foi colocada em seus jovens operadores, nem todos oficiais visto que nos Estados Unidos, praças participam de unidades de forças especiais como os boinas verdes e força delta . O lendário operador de SOG John Stryker Meyer, por exemplo, estava executando o reconhecimento como One-Zero (líder de equipe) aos 22 anos e apenas um E-4. E as regras de engajamento eram bem diferentes, com menos burocracia. 

 “As missões Bright Light [busca e resgate de combate] raramente seriam implantadas sob as Regras de Engajamento de hoje”, disse Meyer à Sandboxx News. “E, hoje, eles ligam para não acreditar que os E-4s estavam direcionando ataques aéreos, controle total no solo e tropas experientes tinham a palavra final sobre as equipes, independentemente da classificação. Experiência acima da classificação.” Meyer escreveu extensivamente sobre SOG e suas experiências de arrepiar os cabelos na unidade.

 Embora as técnicas, táticas e procedimentos fossem geralmente os mesmos entre os três subcomandos SOG, as equipes SOG ajustaram suas abordagens de acordo com sua área geográfica. O Laos, por exemplo, tem mais montanhas e selvas do que o Camboja, que é mais plano e aberto.

Salvadores alados: Comandos Aéreos da SOG

 A chave para o sucesso e a eficácia das operações MACV-SOG na fronteira foram vários esquadrões de aeronaves de todas as Forças e também do Vietnã do Sul. O 20º Esquadrão de Operações Especiais da Força Aérea foi apelidado de “Vespas Verdes”. Eles voaram o Sikorsky CH-3C e CH-3E e Bell UH-1F/P Huey. O primeiro tenente James P. Fleming, um piloto do Green Hornet, ganhou a Medalha de Honra por salvar uma equipe de reconhecimento SOG da morte certa em 1968. Os Hueys dos Green Hornets vieram embalados com uma variedade de armas, incluindo metralhadoras M-60, miniguns GAU-2B/A e cápsulas de foguete de 2,75 polegadas. Se a munição acabasse, os artilheiros lançavam granadas ou atiravam em seus rifles individuais.

 Além dos Green Hornets, o 219º Esquadrão da Força Aérea do Vietnã do Sul, que voou o H-34 Kingbees, foi um apoiador dedicado das operações do SOG. Esses pilotos e tripulações sul-vietnamitas eram realmente destemidos, sempre vindo em socorro de equipes de reconhecimento comprometidas, independentemente do perigo.

Outras unidades notáveis que apoiaram as missões SOG foram o USMC Light Attack Helicopter Squadron 367, que voou o ataque AH-1 Viper e os helicópteros de transporte UH-1 Venom; a 189ª Companhia de Helicópteros de Assalto “Ghost Riders”, que voou variantes de assalto e transporte do helicóptero UH-1 Huey. Os comandos do SOG no solo também podiam contar com suporte aéreo aproximado de asa fixa, com o turboélice A-1 Skyraider sendo uma plataforma favorita para suporte aéreo aproximado e o F-4 Phantom. 

 “A política militar sempre interferiu, e nossa liderança teve que lutar de meios de apoio aéreo próximos, como os esquadrões A-1 Skyraider”, disse Meyer ao Sandboxx News. “Por exemplo, os oficiais da SOG tiveram que lutar para manter a 56ª Ala de Operações Especiais, operando da Localização Alpha em Da Nang. O apoio aéreo aproximado foi vital e provavelmente o fator mais importante na sobrevivência de inúmeras equipes SOG. 

No entanto, embora os comandos SOG desfrutassem de superioridade aérea e as aeronaves norte-vietnamitas nunca representassem um perigo, os Comandos Aéreos que apoiavam SOG tiveram que enfrentar as capacidades antiaéreas extremamente potentes dos norte-vietnamitas, que incluíam desde metralhadoras leves a canhões antiaéreos pesados. aos mísseis terra-ar. Cada extração quente forçava uma penalidade de helicópteros e caças/ou bombardeiros abatidos, ou pelo menos alguns crivados de balas. 

 Os comandos SOG chamaram eles mesmos o apoio aéreo aproximado, geralmente usando uma bússola e latas de fumaça. Os controladores aéreos avançados, apelidados de “Covey”, sobrevoaram e ajudaram na coordenação com a equipe no solo e no controle de todos os meios aéreos e apoio aéreo aproximado. No CCS, Covey geralmente voava sozinho, fazendo as duas tarefas enquanto também pilotava seu avião. No CCN, no entanto, Covey era um caso de dois homens, geralmente envolvendo um experiente operador SOG se juntando ao piloto e ajudando com sua experiência única, tendo sido o receptor de várias equipes de apoio aéreo aproximado. 

 Anos após o fim da Guerra do Vietnã, descobriu-se que havia um informante na sede da SOG em Saigon que estava passando informações sobre as missões e locais da equipe para o inimigo. 

 Embora o serviço no SOG viesse com o acordo de uma vida perigosa cheia de perigos e riscos, também vinha com um senso inquebrável de lealdade e confiança entre os homens que serviam lá. Um sentimento de lealdade e confiança que repetidamente os operadores SOG provaram através de seu compromisso de não deixar ninguém para trás, morto ou vivo. Esse esforço, esse compromisso, continua até hoje.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2022

Erros e fiascos das unidades de elite e forças especiais mundo afora: lições que devem ser estudadas e aprendidas

As forças especiais são formadas por soldados profissionais que passam por um processo seletivo duro que, em teoria, seleciona os melhores soldados preparados fisicamente e mentalmente a participar deste tipo de unidade cujo foco sempre vai ser completar a missão levando em conta diversos fatores que possam afetar a batalhas para vencer a guerra.

 As missões das forças especiais vão além dos fatores tácticos e técnicos e objetivam, assim como levam em conta, fatores estratégicos e políticos. Quem pensa que somente ações diretas, típica de comandos, na base do grito, tiro e bomba devem ser consideradas ou treinadas, deveria estudar mais sobre inúmeras missões de forças especiais mundo afora.

 Por isso vale a pena estudar, pensar, avaliar e questionar, para tentar melhorar. Soldados de qualquer unidade são humanos e podem errar. As forças especiais atuam missões extremamente delicadas e complexas que passam longe da vida de um militar comum. Logo, maiores chances de erro e estes podem vir a ser fatais para o militar e nação a que serve.

  Este artigo tem como objetivo servir de estudo e analisar os erros cometidos de algumas missões SEM FALTAR AO RESPEITO E TRIPUDIAR. Depois de toda missão, em unidades como o SAS o debate é incentivado entre praças e oficiais (serve de alerta aos convencionais que nunca questionam a hierarquia) e o que aconteceu deve ser debatido e questionado de modo incisivo para vir a ser melhorado ou corrigido. Uma boa autocrítica faz parte de qualquer pessoa ou unidade que queira evoluir. A pergunta que deveria ser feita em todos estes casos: O que poderia ser mudado pare evitar falhas? O que aprender com os erros passados? Vamos ver alguns erros de unidades de elite abaixo:

  1-Spetsnaz A crise dos reféns no teatro Dubrovka foi a tomada do teatro lotado por 42 chechenos armados em 23 de outubro de 2002 e que envolveu 850 reféns e terminou com a morte de pelo menos 170 pessoas. Os terroristas, liderados por Movsar Barayev, reivindicaram lealdade ao movimento separatista islâmico na Chechênia. Eles exigiram a retirada das forças russas da Chechênia e o fim da Segunda Guerra Chechena. Devido à estrutura do teatro, as forças especiais teriam que lutar por 30 metros de corredor e atacar uma escada bem defendida antes que pudessem chegar ao salão em que os reféns eram mantidos. Os agressores possuíam vários explosivos, sendo que os mais poderosos estavam no centro do auditório. Após o assassinato de duas reféns em dois dias e meio, os grupos de elite da Spetsnaz do Serviço Federal de Segurança (SFS) Alpha e Vympel, apoiadas por uma unidade SOBR do Ministério de Assuntos Internos da Rússia (MVD), bombearam um agente químico não revelado sistema de ventilação do edifício e iniciou a operação de resgate. Todos os 40 insurgentes foram mortos MAS 204 reféns morreram durante o cerco, incluindo nove estrangeiros, devido ao envenenamento pelo gás usado pelas forças russas. Todos, exceto dois dos reféns que morreram durante o cerco, foram mortos pela substância tóxica bombeada para o teatro para subjugar os insurgentes. A identidade do gás nunca foi divulgada, embora se acredite que alguns tenham sido um derivado do fentanil, como o carfentanil.

2- Força delta/ Delta Force norte-americana A operação Eagle Claw foi uma operação militar norte-americana ordenada pelo presidente Jimmy Carter com o objetivo de tentar pôr fim à crise de reféns no Irã pelo resgate de 52 americanos mantidos em cativeiro na embaixada dos Estados Unidos em Teerã, em 24 de abril de 1980. O seu fracasso, e a humilhação pública que se seguiu, danificou o prestígio americano em todo o mundo e é considerado por muitos, incluindo o próprio Carter, como um dos motivos de sua derrota na eleição presidencial de 1980. A operação previa o envio de operadores da Força delta/ Delta Force norte-americana em um mínimo de seis helicópteros, mas oito foram enviados. Um teve problemas hidráulicos, outro sofreu uma avaria numa das pás e um terceiro não pôde navegar através de uma nuvem de areia muito fina (a haboob), o que obrigou um dos helicópteros a fazer um pouso forçado e os outros a voltar ao porta-aviões USS Nimitz (CVN-68). Durante o planejamento foi decidido que a missão seria abortada se restassem menos de 6 helicópteros, isto apesar de apenas quatro serem considerados absolutamente necessários. Numa opção que ainda hoje é discutida nos círculos militares, os comandantes pediram ao Presidente Carter permissão para abortar a missão e Carter acedeu ao pedido. Os militares da força Delta na verdade não tiveram culpa pela falha da missão ,pois o que ocorreu na verdade foi uma falha na logística e no transporte. 

3- SAS Talvez a missão Bravo Two Zero seja aquela que deixa muitos fatos duvidosos para quem quer polemizar. Diversos militares que participaram desta missão escreveram com relatos bem diferentes revelando o que passaram. A dificuldade existe pois a versão de cada autor contradiz o outro autor, que igualmente estevava participando. Para alguns ela foi fulminada de falhas de liderança e obtenção de inteligência que levaram a equipe a ser despejada precipitadamente ao longo do itinerário que poderia ter sido percorrido motorizado. Outros comentam sobre ser baseada em uma rota de abastecimento, quase no topo do objetivo, onde logo foram localizados. Ao contrário de outras patrulhas do SAS que operavam ao mesmo tempo no deserto, a patrulha B20 decidiu não levar veículos. Sem veículos, eles descobriram que nenhum de seus equipamentos de comunicação estava funcionando e as mochilas eram pesadas demais. Segundo uns autores, eles também haviam recebido o itinerário de fuga errado. Forçados a recuar a pé, os militares se separaram, morreram de hipotermia pois era mais frio que esperado, foram mortos ou capturados enquanto se dirigiam para a fronteira síria. As tentativas de resgate foram fatalmente atrasadas o que levou a alguns militares terem passado por tortura, uma outra coisa que muitos questionam pois os relatos não se complementam. 

4- SBS A fracassada missão de resgate britânica SBS Commando na Nigéria. Os reféns foram assassinados por seus captores quando comandos britânicos de elite do Special Boat Service (SBS) e o exército nigeriano tentaram resgatar Robert Robert Winnett e Thomas Harding em 2012. Franco Lamolinara, um italiano também foi morto. No entanto, isso não foi antes do esquadrão da SBS matar pelo menos dois dos terroristas durante o ataque à luz do dia em uma casa na cidade de Sokoto, no norte. O governo nigeriano da época informou que os dois supostos assassinos dos reféns haviam sido capturados. De acordo com fontes de segurança nigerianas, os reféns estavam sendo mantidos em Sokoto depois de serem regularmente movimentados entre casas seguras na região. Com a nova inteligência, um grupo SBS – o esquadrão ‘stand-by’ para contraterrorismo – foi enviado para a Nigéria, viajando em roupas civis a bordo de companhias aéreas comerciais. Armas, equipamentos de comunicação e outros equipamentos para cerca de 40 forças especiais do Reino Unido e Royal Marine Commandos foram enviados para o país em malas diplomáticas britânicas para a Embaixada em Lagos, onde a sede operacional foi instalada. Surpreendentemente, o governo britânico não informou a Itália sobre as operações de resgate planejadas. David Cameron autorizou a operação depois de ser informado de que o refém, cuja localização havia sido descoberta recentemente, corria o risco de ser transferido e assassinado. Isso seguiu as exigências dos sequestradores para que o governo nigeriano libertasse os prisioneiros. Chamadas de telefones celulares interceptadas sugeriram que uma mudança era iminente e o esquadrão SBS, que estava na Nigéria por até duas semanas, lançou um resgate de emergência em plena luz do dia. 

5-BOPE Em 12 de junho de 2000, Sandro Nascimento manteve 11 passageiros de um coletivo que fazia a linha 174 (Gávea-Central) reféns, no Jardim Botânico, na Zona Sul do Rio. Foram quase cinco horas de transmissão ao vivo pela TV e pelo rádio das ameaças feitas por Sandro Nascimento. Na ocasião, foi possível acompanhar a movimentação do bandido — que vestia bermuda, camiseta e tinha a cabeça coberta — pelo ônibus. Ele fazia ameaças e apontava a arma para a cabeça de reféns, mesmo estando cercado por dezenas de policiais, entre eles atiradores de elite do Batalhão de Operações Especiais (Bope), e de curiosos. Numa ação que motivou muito debate, um soldado do Bope atirou contra Sandro quando ele resolveu deixar o coletivo, fazendo a professora Geisa Firmo Gonçalves de escudo humano. Geisa foi atingida de raspão pela bala disparada pelo PM. Sandro reagiu e atirou contra a professora, que morreu. O sequestrador morreu asfixiado a caminho da delegacia. Três policiais se tornaram réus no processo da morte de Sandro e foram absolvidos.

quinta-feira, 29 de abril de 2021

Como o processo de seleção das melhores forças especiais do mundo se diferencia das demais forças especiais?

 


Existem alguns bons canais de conteúdo militar falando sobre o processo seletivo das melhores forças especiais do mundo em português com excelente iniciativa. Hoje iremos aprofundar aqui ainda mais o assunto que parece ser bem desconhecido para os interessados brasileiros.

Vale lembrar novamente:  bravados e gritos sobre vibração, pagar cangurus, falar gírias militares e todo aquela coisa que qualquer um pode fazer não dizem NADA sobre forças especiais. Na verdade o processo de seleção da melhor unidade de forças especiais do mundo se diferencia por ser exatamente o oposto disso.

Como isto funciona e o que isso a diferencia das outras unidades de forças especiais?  Vejamos abaixo:

  1. Processo seletivo aberto a qualquer militar de qualquer patente, classe social ou unidade com o mínimo de três anos de serviço ativo com comportamento razoável e requisitos de idade. Do paraquedista ao rancheiro e corneteiro. Qualquer um pode entrar desde que passe nos processo seletivo. Sargentos e cabos perdem a sua patente e viram soldados,  soldados permanecem soldados e podem galgar a patente de cabos e sargentos,  oficiais mantem a mesma patente. Oficiais passam por um processo seletivo mais exigente por motivos óbvios (devem ter moral para liderar pelo exemplo, comandar e tomar decisões de alto risco). Não existe a necessidade de se fazer concurso publico para ser um militar de carreira e depois ingressar nas forças especiais (passando no curso) como acontece aqui no Brasil aonde um soldado NUNCA vai ter a chance de servir nas unidades de forças especiais (comandos, paraquedistas, precursores, militares de selva, montanhas e outros não são forças especiais)
  2. Ser um paraquedista não é algo obrigatório, pois o militar que ainda não for paraquedista vai receber treinamento para tal função desde o treinamento básico paraquedista ao salto livre.
  3. Ser um militar de uma unidade de comandos não é algo obrigatório, pois o militar vai receber este treinamento embutido na formação de forças especiais,
  4.  O militar que atua realmente na missão e esta na “lida” (muitas vezes soldados, cabos  e sargentos)  é aquele que realmente toma  as decisões na hore de atuar no campo operacional e não um militar oficial burocrata distante do campo de operação. Por qual motivo? O militar no campo a) tem mais informações sobre o que esta acontecendo em tempo real; b) arrisca a sua vida e dos seus subalternos  para cumprir a missão.  
  5. Hierarquia é usada como forma de estabelecer/manter controle e cadeia de comando e não usar soldados com escravos.
  6. A seleção é chamada de rejeição na verdade pois rejeita-se a maior parte que não serve para a unidade.
  7. Impessoalidade. Muitas vezes sem gritos, sem tentar motivar o militar para estar no processo seletivo, sem vibração. Faz quem quer, de livre vontade e tem motivação para tal sem ninguém gritado ao lado. Metas devem ser atingidas. Não atingiu vai ser desligado e pode pedir desligamento a qualquer hora sem teatro e simbolismo como fazem os Us Navy Seals (tocar o sino).
  8. Relativamente processo seletivo direto ao ponto e consistindo de fases: 1) Pré -seleção para testar nível básico de preparo físico; 2) Testes de marchas forçadas aumentando a distancia gradualmente em terreno montanhoso  e que incluem navegação (grande foco nessa parte); 3) Fase de de guerra na selva; 4) Fase de sobrevivência e resistência a interrogatório. Somente depois disso o militar é qualificado como operador de forças especiais mas ainda pode ser desligado dentro do prazo de um ano. Ao longo da jornada fases de nivelamento operacional são feitas e militares que não possuem formação em determinada especialidade passam por instruções especificas. Nem todas tem ralação.
  9. Divisão de conhecimento onde um militar passa conhecimento ao companheiro em determinado tipo de assunto e vice- versa (Cross training)
  10. Comando decentralizado e criatividade/ inovação ao executar missões são consideradas. Iniciativa é bem vinda ao tomar decisões sem depender de militar comandante.
  11. Constante treinamento em diversas áreas como proteção de dignitários, reconhecimento, inteligência, contraterrorismo, etc, buscando manter-se atualizado sem jamais cair no erro de “sabemos tudo”.
  12. Preparo físico de responsabilidade do próprio militar que deve manter-se em forma por iniciativa própria. Se afetar a performance, corre o risco de ser desligado e mandado de volta a unidade original de onde veio.
Quem seriam os militares desta unidade extretamente experiente e operacional? Leia aqui. 

quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

Selous Scouts: A melhor unidade de forças especiais africana


 Os Selous Scouts foram um regimento de forças especiais do Exército da Rodésia (hoje  Zimbábue) que operou de 1973 até a reconstituição do país como Zimbábue em 1980. Nomeado após o explorador britânico Frederick Selous (1851-1917), seu lema era pamwe chete — a Frase Shona que significa "todos juntos", "apenas juntos" ou "encaminhar juntos". Foram uma das melhores unidades de forças especiais do seu tempo.

A missão principal dos guerreiros dos Selous Scouts era "a eliminação clandestina do terrorismo dentro e fora do país".

Os Selous Scouts empregaram guerra assimétrica contra seu inimigo, ações que variaram de bombardeio de casas particulares, abduções, ataques da mina M18 Claymore contra alvos militares, sabotagem de pontes e ferrovias (incluindo motores a vapor), assassinatos, intimidação, chantagem e extorsão, até o uso de carros-bomba na tentativa de assassinato de Joshua Nkomo.

O trabalho da inteligência - uma outra importante tarefa dos Selous Scouts, bem como dos ramos especiais em geral - era descobrir a identidade dos insurgentes, seus planos, seus locais de treinamento, as partes envolvidas em treiná-los, a origem e localização de seus rotas de abastecimento, seus simpatizantes e qualquer outra informação relevante como quem os financiava, etc. 

O regimento foi proposto por membros do ramo especial da Polícia Britânica da África do Sul, e muitos de seus primeiros recrutas eram policiais. A Infantaria Ligeira da Rodésia também foi uma força motriz por trás dos Escoteiros Selous pois eram de onde muitos militares eram recrutados.

Seleção e treinamento

Os Selous Scouts eram uma força de reconhecimento de combate, com a missão de se infiltrar na população tribal da Rodésia e nas redes de guerrilha, identificando grupos rebeldes e retransmitindo informações vitais para as forças convencionais designadas para realizar os ataques reais. Os membros do regimento foram treinados para operar em pequenas equipes clandestinas, disfarçadas, capazes de trabalhar independentemente no mato por várias semanas e de se fazer passar por rebeldes. Eram uma força voluntária aonde oficiais selecionavam militares negros e brancos e de todas hierarquias de maneira nada convencional. Em uma ocasião, 14 de 126 candidatos foram aprovados no processo de seleção.

O armamento utilizado era o armamento comum dos anos 70 de muitos: FN FAL, metralhadoras MAG mas os militares igualmente aprendiam a utilizar armas do bloco comunista. Como existe escrito em um antigo manual, com bom material humano (militar) faz-se um bom operador de forças especiais.



Como Reid-Daly, o criador desta unidade,  afirmou: "um soldado de força especial tem que ser um certo tipo muito especial de homem. Em seu perfil é necessário buscar inteligência, força e coragem, potencial, lealdade, dedicação, um profundo senso de profissionalismo, maturidade - a idade ideal é de 24 a 32 anos - responsabilidade e autodisciplina ... "A pessoa que os Selous Scouts procuravam era uma mistura entre o soldado que pode trabalhar em uma unidade e um solitário que pode pensar e agir de forma independente e individual".



O curso de seleção dos Selous Scouts se baseou no que Reid Daly (foto acima) passou como operador do SAS britânico, mas foi levado muito além disso. Nenhuma provisão era emitida para os primeiros cinco dias do curso. Os recrutas tinham que viver da terra. Então, no quinto dia, eles geralmente recebiam uma carcaça de babuíno que era deixada para apodrecer ao sol por três dias. Os recrutas tinham que preparar a carne podre e comê-la. Durante os 13 dias restantes, eles recebiam rações consistindo de apenas um sexto da ingestão diária normal de um homem. Os recrutas foram forçados a fazer do mato seu próprio habitat. Comer todos os tipos de animais e - em tempos de escassez de água - até beber a água do estômago de animais mortos. Mais tarde, em situações reais de combate, os escoteiros foram proibidos de atirar em animais para evitar de atrair o inimigo. 



Quando os voluntários de qualquer hierarquia  chegaram a Wafa Wafa, o campo de treinamento dos Selous Scouts, nas margens do Lago Kariba eles tinham uma amostra das dificuldades que teriam de enfrentar suportar.  Wafa Wafa, vindo da língua Shona significa basicamente - “QUEM MORRE MORRE, QUEM FICA PARA TRÁS FICA PARA TRÁS”. Ao chegar à base - que ficava a 25 quilômetros (16 milhas) de distância do ponto de chegada - eles viam apenas algumas cabanas de palha e as brasas enegrecidas de uma fogueira em extinção. Nenhum alimento era distribuído. O objetivo do treinamento neste ponto era reduzir o número de recrutas potenciais matando-os de fome, exaurindo-os e antagonizando-os. Durante a maioria dos cursos de seleção, 80 por cento dos recrutas desistiam depois de apenas dois dias.

O curso de seleção tinha duração total de 17 dias. Do amanhecer às 7 da manhã, os recrutas eram submetidos a um programa de condicionamento físico que visava esgota-los fisicamente e mentalmente. Depois de completarem isso, eles treinavam habilidades básicas de combate. Eles também eram obrigados a percorrer um curso difícil de assalto várias vezes durante o programa de treinamento. O curso foi planejado para superar o medo de altura. Quando a escuridão caia, eles começavam o treinamento noturno. No final do treinamento, eles tinham que realizar uma marcha de resistência de 100 quilômetros (62 milhas). Cada voluntário carregava 30 kg (66 libras) de pedras em suas mochilas. As rochas eram pintadas de vermelho, para garantir que não pudessem ser removidas e recolocadas no final.



A etapa final da marcha era uma marcha rápida e tinha que ser concluída em duas horas e meia. Para os que sobrevivessem hoje, havia uma semana de férias; eles eram então levados para um acampamento especial para a "fase obscura" de seu treinamento. Neste acampamento, eles aprendiam a agir e falar como o inimigo. A base era construída e estabelecida como um acampamento rebelde, e os instrutores os ensinavam a agir como os grupos inimigos. Nesta fase, os recrutas eram ensinados a romper com hábitos como fazer a barba, levantar-se em horários regulares, vestirem-se como civis e guerrilheiros, fumar e beber e adotar um estilo de vida de guerrilha. 

ESBOÇO DO CURRÍCULO DO CURSO

FASE UM

TREINAMENTO BÁSICO REGIMENTAL (SELOUS SCOUTS)

FASE DOIS

CURSO DE SELEÇÃO COM RECUPERAÇÃO - 3 SEMANAS

CURSO DE RASTREAMENTO E GUERRA  NO MATO ( BUSH WAR - 2 SEMANAS

FASE TRÊS / "FASE ESCURA"

TREINAMENTO PSEUDO-TERRORISTA - 2 SEMANAS

FASE QUATRO

CURSO DE TREINAMENTO DE PÁRA-QUEDAS (LINHA ESTÁTICA) - 3 SEMANAS

FASE CINCO / TREINAMENTO DE HABILIDADES AVANÇADAS

CURSO DE PÁRA-QUEDA (SALTO LIVRE) 

CURSO DE MERGULHO DE COMBATE 

O TEMPO TOTAL DESPERDIÇADO RAPIDAMENTE, PARA UM NOVO RECRUTA SEM EXPERIÊNCIA PRÉVIA, É OITO E MEIO MESES DE TREINAMENTO INTEGRAL PARA PRODUZIR UM NÍVEL BÁSICO DE ENTRADA SELOUS ESCOUT

Unidade controversa e irregular

Os Scouts diferiam do C Squadron 22 (Rhodesian) SAS, porque foi formado especificamente para participar de operações de rastreamento e infiltração, onde os soldados fingiam ser guerrilheiros - ou pseudo-operadores. Essas táticas foram usadas com muito sucesso na Revolta Mau Mau. Na verdade, o regimento também recrutou forças inimigas; guerrilheiros capturados foram oferecidos a escolha entre prisão, julgamento e possivelmente execução ou a capacidade de se juntar aos Scouts.

Este conceito foi inicialmente altamente controverso dentro do governo da Rodésia; a ideia de "transformar" guerrilheiros capturados em vez de puni-los era desagradável para alguns. No entanto, os defensores da "conversão", que tiveram sucesso na implementação de seus planos, retrataram essas operações como um aspecto da contra-insurgência semelhante ao uso de informantes pela aplicação da lei para penetrar e desmantelar organizações criminosas e subversivas.

A fim de manter o conhecimento de sua existência o mais restrito possível, guerrilheiros "reformados" eram pagos com fundos secretos do goveno que não prestavam contas aos auditores, e os voluntários da unidade não eram informados de sua função real até que realmente ingressassem em alguns casos, onde guerrilheiros capturados já haviam entrado no sistema judicial, os Selous Scouts fingiam sua fuga sem informar ao Departamento de Investigação Criminal. 

Para evitar que o exército regular ou a polícia disparem contra o regimento enquanto ele estiver operando, as autoridades declarariam "áreas restritas", onde todas as unidades convencionais do Exército e da Polícia recebiam ordens de cessar temporariamente todas as operações e retirar-se, sem serem informadas dos motivos reais.  Muitos comandantes sentiram que o início das "áreas restritas" cedeu o controle ao inimigo e reduziu a iniciativa das forças de segurança.

Em imagens antigas desta unidade podemos ver militares operando vestindo calções, algo comum em unidades africandas durente aquele tempo. 

Como podemoer ver, era uma unidade muito irregular e bem longe da imagem daqule militar convencional, barba feita, coturno brilhante e farda engomada. Foi uma das melhores unidades de forças especiais do seu tempo.

Os recrutas iniciavam a operar em patrulha com os Selous Scouts apenas uma semana após a conclusão de seu treinamento. Nos 7 anos de existência desta unidade de elite que operava em uma guerra real, apenas 15 por cento dos voluntários conseguiram passar da fase de seleção e foram agraciados com o título de operador dos Selous Scouts. 

A unidade teve sem fim quando a guerra acabou. A guerra terminou quando, a pedido da África do Sul (seu maior apoiador) e dos Estados Unidos, o governo do Zimbábue-Rodesiano cedeu o poder à Grã-Bretanha no Acordo de Lancaster House em dezembro de 1979. O governo do Reino Unido realizou outra eleição em 1980 para formar um novo governo. A eleição foi vencida pela ZANU.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

Tipos de missões das forças especiais: O que fazem e como atuam as forças especiais

                           Seal norte-americano na selva do Vietnã. Notem a antiga camuflagem tigrada usada durante aquela guerra por esta unidade.

Certos relatos de colegas militares de forças especiais extremamente operacionais geraram este post: 

Um disse em  seu livro que  qualquer unidade militar poderia ocupar um local e atirar indiscriminadamente.

O outro disse que qualquer um pode apertar o gatilho no momento de atacar sem diferenciar o inimigo do inocente. O problema seria decidir o momento justo e de atirar somente no inimigo.

Duas frases, duas verdades.

Infelizmente, o público leigo ainda acha que tudo resolve-se no "grito, tiro e bomba" e que esse é o principal papel das forças especiais. Estas pessoas enxergam o combatente de forças especiais como um militar troglodita  que fala sempre em vibração, cita girias militares e que berra muito sobre pagar canguru e flexão. Outros acham que unidades especializadas como infantaria de selva e paraquedistas são unidades de forças especiais.

Na verdade, estas pessoas estão um tanto enganadas.

As  missões das forças especiais são bem mais complexas e por isso exigem militares inteligentes. Tais militares por serem mais bem treinados demandam um investimento maior por parte do governo incluindo o tempo e passando pela parte financeira. O treinamento consome a maior parte das reservas fincaneiras. E bem depois podemos falar sobre o equipamento. Os militares de  forças especiais devem decidir rapidamente sobre como atuar em ambientes complexos em diversos setores e muitas vezes com tempo limitado, inclusive levando em conta o que suas atitudes podem gerar no futuro para os nativos e ambiente ao seu redor. 

"Grito, tiro e bomba" existe sim mas nem sempre é o caso na maioria das vezes na maioria das missões. Militares de forças especiais treinam em selva, montanha, deserto e como paraquedistas para saberem operar nestes ambientes operacionais particulares e como paraquedistas como meio de transporte.

E particularidades envolvem as missões das forças especiais. Por isso poucos possuem o perfil de um operador destas unidades.

Primeiro, tais missões seguem uma cadeia de comando com objetivos bem definidos. E tudos isso segue uma doutrina militar que varia de nação para nação,o governante no poder, leis vigentes locais, etc. O que pode ser considerada uma missão de força espcial aqui pode não ser em outro lugar. Elas exigem planejamento detalhado constantemente atualizando os informes. Por isso muitas unidades de forças especiais trabalham juntos com serviços de inteligência.

Segundo, em grande parte do planeta, os militares das forças especiais decidem como operar no ambiente operacional. Devem ser persistentes mas inteligentes.. Os militares das forças especiais DEVEM tomar a iniciativa pois geralmente o comando das forças especiais se monstra DECENTRALIZADO. O SAS e Seals por exemplo permitem um grande grau de liberdade para que os seus militares (incluindo soldados e praças) decidam como cumprir as suas missões bem distantes dos generais longe do ambiente operacional. Isso existe frieza, capaciade de liderar, decidir e tomar a iniciativa levando muitos fatores em conta.

Mas quais são estas missões? Veja tudo explicado abaixo com alguns exemplos: 


-Reconhecimento: A misssão principal das forças especiais sempre foi obter dados de inteligência militar.  O reconhecimento  é realizado por pequenas unidades de militares altamente treinados, geralmente de unidades de forças especiais ou organizações de inteligência militar, que operam atrás das linhas inimigas, evitando o combate direto e a detecção pelo inimigo. Como uma função, o reconhecimento é diferente das operações de comando, mas ambas são freqüentemente realizadas pelas mesmas unidades. O papel do reconhecimento inclui obter informes sobre o inimigo bem atrás das linhas inimigas e geralamente sem ataca-lo diretamente e sim preparando um ataque. O reconhecimento especial inclui a direção oculta de ataques aéreos e de mísseis, em áreas bem atrás das linhas inimigas, colocação de sensores monitorados remotamente e preparações para outras forças especiais. Como outras forças especiais, as unidades de reconhecimento também podem realizar ações diretas e guerras não convencionais, incluindo operações de guerrilha. No direito internacional, a missão de reconhecimento não é considerada espionagem se os combatentes estiverem em uniformes adequados, independentemente da formação, de acordo com a Convenção de Haia de 1907, ou a Quarta Convenção de Genebra de 1949. No entanto, alguns países não honram essas proteções legais, como foi o caso da "Ordem de Comando" nazista da Segunda Guerra Mundial, considerada ilegal nos Julgamentos de Nuremberg.

Exemplos: O SAS e SBS atuaram como unidades de reconhecimento antes da guerra das Malvinas e o SAS atuou na operação Barras na Serra Leoa.


-Ação direta: Ação direta são operações militares como incursões, emboscadas, sabotagem ou ações semelhantes. Podem ser realizadas por unidades militares convencionais mais especializadas (fuzileiros, paraquedistas, infantarias de selva, infantaria leve e outros tipos de unidades similares), unidades de comandos ou forças especiais. Quanto mais precisa a operacao mais necessárias e presentes se fazem as unidades de forças especiais.

Exemplos: O SAS australiano (foto acima) realizou diveras emboscadas durate a guerra do Vietnã com um excelente aproveitamento.  

-Guerra não convencional/ guerra irregular: A guerra não convencional é o apoio de uma insurgência estrangeira ou movimento de resistência CONTRA seu governo ou uma potência ocupante. Enquanto a guerra convencional é usada para reduzir a capacidade militar do oponente diretamente por meio de ataques e manobras, a guerra não convencional é uma tentativa de alcançar a vitória indiretamente por meio de uma força substituta local com o apoio dos nativos. A  guerra não convenciona contrasta com a guerra convencional em que as forças são freqüentemente encobertas ou não bem definidas e depende fortemente de subversão e guerra de guerrilha. Sabotagem e propaganda podem ser ferramentas importantes neste tipo de guerra.

Exemplo: A recente euforia de alguns jornais estrangeiros minando o governo do Brasil sobre a Amazonia pode ser considerada um exemplo de propaganda aplicada a guerra irregular.



-Contra-insurgência: Alguns autores consideram contra-insurgência como o oposto da guerra irregular. e definida  como "esforços civis e militares (aonde entram as forças especiais e unidades convencionais)  abrangentes que APOIAM o seu governo para derrotar e conter a insurgência (guerrilheiros) simultaneamente e abordar suas causas  e raízes.

Exemplo: A melhor unidade de forças especiais africana, os Selous Scouts, operavam com maestria eliminindo terroristas vivendo no mesmo ambiente que eles.


-Contra-terrorismo: Diveros tipos de missões das forças especiais aqui ligadas com as missões acima mas podemos destacar: 



  • Caça a alvos de alto valor:
    Operações militares por forças de operações especiais e organizações de inteligência para procurar e capturar ou matar combatentes inimigos importantes, conhecidos como alvos de alto valor. Exemplo: a operação que elimininou bin laden



  • Resgate de reféns: Método de recuperação de pessoal usado para recuperar pessoal isolado normalmente sequestrado pelo inimigo/ terroristas. Exemplo: O resgate dos reféns realizado pelo SAS em Londres, na embaixada do Irã (Fotos acima)

-Operações clandestinas: (Black ops) Operação secreta ou clandestina  é uma operação realizada por uma agência governamental, uma unidade militar (normalmente forças especiais)  ou uma organização paramilitar; pode incluir atividades de empresas ou grupos privados. As principais características das operações clandestinas são que não podem ser atribuída à  qualquer organização que a executa.

Exemplo: Alguns jornalistas sugerem que militares russos estejam atuado na Siria. O governo russo nega.


-Proteção de dignatários (VIP): Proteção de autoridades, governantes e convidados do governo realizada de modo velado com o apoio de militares que demonstram uma atitude mais direta. Dependendo a doutrina militar do lugar pode ser realizada pelas forças especiais ou unidades especializadas deste tipo de atividade.

Exemplo: O presidente norte-americano e a realeza do Reino Unido foram protegidos por um tempo por membros das forças especiais.


-Defesa Interna Estrangeira (DIE):  Participação de agências civis e militares de um governo em qualquer um dos programas de ação realizados por outro governo ou outra organização designada para libertar e proteger sua sociedade da subversão, ilegalidade, insurgência, terrorismo e outras ameaças à sua segurança ”

O DIE é a espinha dorsal do que as Forças Especiais fazem junto com a Guerra Não Convencional. A chave para o FID é construir relacionamento com as forças da nação anfitriã. E ter o idioma e a formação cultural para entender, se adaptar, se comunicar bem, ajudar e prosperar com os locais é vital. As tropas das Forças Especiais dos Estados Unidos por exemplo recebem de 4 a 6 meses (mínimo) de treinamento em idiomas antes de irem para os grupos operacionais.

Em uma situação de combate ou missão DIE de tempo de guerra, as unidades lideram e às vezes criam uma nova unidade onde houver necessidade. As unidades são selecionadas, treinadas e lideradas por pessoal das forças especiais. A próxima fase é a unidade de forças especiais então aconselhar as unidades locais através de toda a sequência da missão e acompanhá-los em suas missões. E, uma vez que as forças locais sejam capazes de conduzir operações unilaterais sem assistência, a missão está completa.

Exemplo: O treinamento oferecido a militares africanos por norte-americanos.

À medida que o clima da guerra continua a mudar, as nuances da guerra tornam-se mais complexas. Grandes ataques de ação direta por forças especiais podem não ser uma opção realista sempre e forças amigas poderiam ser treinadas na fronteira para realizar a mesma missão mas as mesmas no futuro podem vir a se tornarem inimigas. Por outro lado, nenhuma unidade militar do planeta vence tudo sozinha e todo mundo precisa de aliados.

 A guerra é um jogo de xadrez e, às vezes, a jogada mais descarada não é a mais inteligente.