segunda-feira, 22 de outubro de 2018

Forças especiais da Austrália e Nova Zelândia: caçadores de comunistas na guerra do Vietnã, combatendo terroristas no Oriente Médio



Muitos leitores pensam somente na Austrália e Nova Zelândia como boas ondas para surfar, cangurus e belas praias.

Mas nos recantos da Oceania existem alguns dos soldados mais profissionais do planeta que combatem o terror desde os tempos dos conflitos na Malásia nos anos 50. Os mesmos soldados tornaram-se excelentes caçadores de comunistas na guerra do vietnã e anos depois seguiram combatendo terroristas no Oriente Médio

Special Air Service Regiment, ou simplesmente SASR ou SAS australiano, mais confundido pelas sigla SAS da força especial da qual se originou, é o Regimento das Forças Especiais do Exército da Austrália. Inicialmente era parte do 22 SAS do Reino Unido e, após a Guerra na Malásia, dividiu-se por causa do tamanho. Vem seguindo as tradições dos Comandos "Z" Special Forces da Segunda Guerra Mundial, mas toda sua base operacional vem da Força Especial Britânica  (leiam mais sobre a verdadeira tropa de elite aqui). Seu lema é "Who Dares Wins", que significa "Quem ousa vence" assim como a unidade original do Reino Unido. A SASR conta com os dois melhores campos de treinamento do mundo e muitas vezes realiza ali exercícios conjuntos com a SAS do Reino Unido e Força Delta dos Estados Unidos.

DICA: Se você nunca ouvir falar do SAS do Rein Unido (Serviço Aéreo Especial) a base de todas as forças especiais, veja este post aqui.

O Regimento do SAS australiano, formado em julho de 1957 sob a classificação de 1a.Cia. de SAS, foi a pioneira das forças especiais da Austrália. Resultou claramente das lições aprendidas na campanha da Malásia, que se desenrolava na ocasião. Em 1960, a unidade foi transferida para o Regimento Real, elemento de infantaria regular do Exército. Em 1964, voltou a ser independente, aumentou seu contingente e transformou-se no Regimento de Serviço Aéreo Especial. O 1° Esquadrão de SAS partiu para Brunei em 1965, como parte da força de contenção contra os indonésios, seguido pelo 2° Esquadrão que se encaminhou para Bornéu.

Ao mesmo tempo a Austrália envolveu-se na Guerra do Vietnã e os três esquadrões revezaram-se naquele país. Sua mais recente atuação foi em março de 2003, na invasão do Iraque pelas tropas americanas, apoiada pelos britânicos e por um contingente de dois mil soldados australianos. O SASR desenvolveu habilidades antiterroristas em 1979, quando assumiu a responsabilidade de combater incursões de praia e defender poços de petróleo da costa. A Austrália conta também com o 1° Regimento de comandos, de 350 homens, criado em 1980 em Sydney, composto basicamente por reservistas e oficiais da ativa, encarregados de executar missões de "golpe-de-mão" e tarefas especiais de assalto. Baseado em Campbell Barracks, Swanbourne, o SASR conta com um efetivo de cerca de 600 homens, organizados em seis esquadrões, sendo três de comandos, um administrativo, um de apoio operacional e um de comunicações.

A exemplo do SAS britânico e outros, não há recrutamento direto entre civis. Os métodos de seleção também são semelhantes, mas uma ênfase maior é colocada nas atividades marítimas, já que a Austrália não possui um corpo de fuzileiros navais. São três anos de treinamento árduo, onde no primeiro ano os voluntários, de acordo com as habilidades de cada um, são encaminhados para os diversas cursos de especialização; no segundo ano são aplicadas as táticas militares tradicionais, incluindo as operações especiais num ambiente de guerra convencional; e no terceiro ano habilitam-se nas operações de comando propriamente ditas e em missões num ambiente de conflitos assimétricos, contra forças não convencionais. As habilidades comuns dos membros do SAS são as operações com paraquedas mas eles também recebem treinamento de infiltração com pequenos botes, infiltração vertical, mergulho de assalto, guia de montanha, deslocamentos com veículos de longo alcance e demolição.



A participação do SAS australiano na guerra do Vietnã foi uma aula para todas as Forças especiais sobre guerra na selva. Uma unidade pequena que conseguiu eliminar muitos terroristas e teve poucas baixas.



Outra unidade muito operacional e baseada no SAS do Reino Unido é o SAS da  Nova Zelândia, SAS neozelandês ou NZSAS. O Serviço Aéreo Especial da Nova Zelândia, abreviado como NZSAS, foi formado em 7 de julho de 1955 e é a unidade de forças especiais do Exército da Nova Zelândia, outra unidade modelada no Serviço Aéreo Especial Britânico.

Suas origens remontam à Segunda Guerra Mundial e ao famoso Grupo do Deserto de Longo Alcance, com o qual os neozelandeses serviram.

O governo da Nova Zelândia afirma que o NZSAS é a "principal unidade de combate das Forças de Defesa da Nova Zelândia" e foi implantada operacionalmente em locais como a região do Pacífico, o Afeganistão e as selvas do sudeste da Ásia. Membros individuais do NZSAS receberam honras e prêmios, mais notavelmente a Victoria Cross para a Nova Zelândia, concedida ao cabo Willie Apiata. Em 2004, a unidade foi premiada com a United States Presidential Unit Citation por sua contribuição no Afeganistão.


O NZSAS recebeu o status de regimento em 2013. Tem a responsabilidade de conduzir operações especiais de combate ao terrorismo e no exterior, além de realizar o descarte de riscos químicos, biológicos, radiológicos, nucleares e explosivos para autoridades militares e civis.

Uma coisa muito interessante de unidades tipo o SAS são os constantes intercâmbios regulares de pessoal com unidades de forças especiais estrangeiras, em especial do Reino Unido e  Austrália, são conduzidos a fim de construir e manter habilidades. Os militares do SAS igualmente fazem intercâmbios regulares dentro da unidade que pertencem visando aprender diversas habilidades que podem vir a ser de utilidade.



Assim como o SAS australiano, o SAS neozelandês atuou no confronto da Malásia,  Vietnã e  Oriente Médio. Ambas unidade das Oceania defendem os interesses dos seus respectivos países mas durante atividades operacionais do Oriente Médio suportam os Estados Unido, Reino Unido e demais membros da OTAN.

Vale destacar a habilidade do SAS neozelandês em "tracking", a antiga arte de seguir pegadas/sinais e rastrear o inimigo na selva e diversos outros ambientes operacionais.

O processo seletivo do  SAS neozelandês se parece com o SAS australiano e do Reino Unido.

Atualmente parece que as Forças Armadas do Exército da Austrália foram abertas a militares profissionais de outros países mas fui incapaz de verificar este informe. De qualquer modo devemos lembrar que se isso for verdade a pessoa interessada deve aprender um outro idioma e atingir um determinado nível de inglês sem atalhos, jeitinhos e maladragem pois se comunicar faz parte de quaquer unidade de elite sendo talvez a habilidade mais importante de todas em unidades de elite que lidam com  inteligencia e contrainteligência militar.  

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